Esse artigo é a TERCEIRA PARTE do resumo da Aula 06: “Exu na Umbanda” do Evento Teologia de Umbanda com Alexândre Cumino.
Neste artigo, vamos refletir sobre um assunto polêmico na religião: “Afinal, Exu precisa ser batizado?”. Essa ideia surge de um entrelaçamento entre práticas religiosas distintas e a tentativa de encaixar conceitos cristãos em Entidades de origem afro-brasileira.
Vamos entender melhor como essa noção se encaixa (ou não) na Umbanda, explicando a verdadeira natureza como guardião e mestre espiritual, além de questionar as práticas que buscam “civilizar” essa Entidade com rituais que não fazem parte da sua essência.
Tradição cristã
Criou-se uma ideia de que há Exu sem e com lei, que é ruim e bom. Dizem que o torto faz o mal e que precisa ser batizado. Entretanto, como já sabemos, o batismo é um ritual da tradição cristã.
João Batista batizou Jesus às margens do Rio Jordão, e o batismo era um ritual de iniciação na cultura judaica. A Igreja Católica, 500 anos depois de Cristo, com Santo Agostinho, inventou o pecado original e inventou que o batismo retira o pecado original.
Dessa forma, a Igreja ressignificou o batismo como ritual de rótulo para você se tornar católico, não apenas de iniciação. Todas as crianças teriam que ser batizadas, porque a criança que não é batizada vai para o limbo.
Sendo assim, essa construção de que o batismo tira o mal da pessoa é uma construção teórica, intelectual, católica. Como é que ela vai encaixar na Umbanda a figura de Exu? Exu, que tem uma origem afro-brasileira, precisa ser batizado para alcançar algum grau?
Exu na Umbanda: A Realidade Além dos Rituais
Então, isso faz parte da realidade de alguns terreiros, de umas tradições mais antigas, que ainda entendiam Exu nesse lugar de um espírito atrasado que ia evoluir para depois se tornar um guardião, mas se é Exu, já é de lei e é guardião.
Nós entendemos esse discurso que fala de ser batizado e pagão, mas não é algo que tenha muito sentido quando você tem um olhar mais amplo e não apenas um olhar que está vendo aquele segmento que usou ou usa essa linguagem para se referir a um é bom e outro que é ruim.
“Então, se é Exu, é bom”.
Alexândre Cumino
Esse artigo é a TERCEIRA PARTE do resumo da Aula 06: “Exu na Umbanda” do Evento Teologia de Umbanda com Alexândre Cumino.
- Acesse a segunda parte desse conteúdo em: Exu na Umbanda e na Kimbanda: entenda as diferenças
- Acesse a quarta parte desse conteúdo em: Quantas Entidades uma pessoa pode ter?