Preto Velho na Umbanda: origem e influências

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“Preto Velho na Umbanda: origem e influências” é a SEGUNDA PARTE do resumo da Aula 04: “Preto Velho: cura e acolhimento” da Semana Teologia de Umbanda com Alexandre Cumino.

A Umbanda é uma religião rica em tradições e influências culturais. Por isso, os agrupamentos de espiritos que incorporam no solo sagrado dos Terreiros, são uma homenagem aos povos que foram marginalizados e esquecidos da sociedade.

A Linha dos Pretos e Pretas Velhas na Umbanda é uma forma de reconhecer e homenagear dos africanos que foram escravizados no Brasil. Além disso, aprender com a experiência, sabedoria, humildade e resiliencia forjados em uma dos maiores crueldades da história da humanidade.

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Nas próximas linhas, exploraremos as origens do culto desses Guias na Umbanda, suas conexões com a cultura africana e como ela se entrelaça com outras tradições espirituais. Além disso, vamos mergulhar nessa jornada de sincretismo e descobrir como os Pretos Velhos desempenham um papel único e valioso.

Cultura Bantu: a raíz do Preto Velho

Antes mesmo da Umbanda surgir como religião, a manifestação dos Pretos Velhos já estava presente. Portanto, essa presença remonta às raízes da tradição afro-brasileira da cultura, especialmente à cultura Banto ou Bantu.

Originada no Rio de Janeiro, essa tradição deu origem à Macumba, onde a manifestação dos ancestrais, conhecidos como Preto Velho, já estava presente.

Os Bantos, povos do Congo, Angola e Cabinda, evocavam seus ancestrais ilustres, muitos dos quais foram sacerdotes ou figuras importantes em suas terras. Assim, eles eram conhecidos como Bacuraus, Inganga (feiticeiros ou sacerdotes) e Tatas, criando uma conexão profunda com suas raízes.

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Sincretismo e Fusão Cultural

Por outro lado, na tradição Iorubá, onde se cultua os Orixás, os espíritos são chamados de “eguns” têm um ritual próprio (Egungun).

Em algum momento, a Macumba incorporou elementos da tradição Iorubá e dos Inkices, resultando em um sincretismo único entre as culturas Yorubá e Bantu. Dessa forma, essa fusão culminou em um culto em que existe a incorporação de ancestrais e dos os Orixás.

Na década de 1920 e 1930, no Rio de Janeiro, um grande grupo de espíritas começou a incorporar Caboclos e Pretos Velhos. Eles foram discrimiados pela Federação Espírita e, consequentemente, criaram uma federação de Umbanda.

Tanto a federação de Umbanda quanto a fusão entre a cultura Bantu e Iorubá, foram essenciais para a formação da Umbanda Moderna. De fato, os nomes que essas Entidades se apresentam nos Terreiros são provas do lastro da cultura bantu que existe na religião. Geralmente se referem a lugares que correspondem à territórios que seguem a cultura bantu, por exemplo, Pai Joaquim de Angola, Vó Maria de Angola, Pai Joaquim do Congo e entre outros.

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Preto Velho pode ser de Esquerda?

Uma questão intrigante surge: podem os Pretos Velhos, Entidades que trabalham potencializando as nossas virtudes, atuar também absorvendo os vícios e nos ensinando sobre as nossas sombras?

Alguns Pretos Velhos trabalham em estreita colaboração com os Exus, desfazendo magias negativas e, por isso são chamados de “Pretos Velhos Mandinga” ou “guerreiros”.

Embora isso não signifique que são exclusivamente da esquerda, eles atentam às questões desse espectro. Assim como acontece com os Caboclos, também existem Pretos Velhos Quimbandeiros, como o Pai Cipriano.

Ele é um clássico Preto Velho Quimbandeiro, e seu nome tem uma forte relação com SãoCipriano e o livro associado a ele. Essas conexões populares são, às vezes, subestimadas, mas são significativas.

Este artigo é a SEGUNDA PARTE do resumo da Aula 04: “Preto Velho: cura e acolhimento” da Semana Teologia de Umbanda com Alexandre Cumino.

Texto: Sarah Gomes
Imagem: Umbanda EAD
Fonte de Pesquisa: Aula “Preto Velho: cura e acolhimento” da Semana Teologia de Umbanda de Agosto de 2023 apresentada por Alexandre Cumino e Júlia Pereira. (Disponível em: https://www.youtube.com/live/jvI0Fow0ss8)

Sarah Gomes

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