“Quem é Pombagira na Umbanda?” é a PRIMEIRA PARTE do resumo da Aula 05: “Pombagira, o que aprendemos com elas?” da Semana Teologia de Umbanda com Alexandre Cumino.

Quem é a dona da gargalhada que toma conta do Terreiro? A Pombagira de Umbanda é uma das Entidades mais conhecidas e que despertam a curiosidade de todas as pessoas, umbandistas ou não. Dessa maneira, dentre muitos mitos e afirmações errôneas, as Moças de Umbanda são resposnsaveis por trabalhar nossas sombras e estimular os nossos desejos.

Nesta sequência de textos, vamos gargalhar juntos e mergulhar de uma maneira única nos mistérios das Guartdiãs de Umbanda. Assim, vamos entender origem do culto, sua influência na Umbanda, ligação com amarração, pontos cantados, mitos sobre a incorporação dessas Entidades e como se conectar com essa potência.

Como surgiu o culto?

O culto a Pombagira tem suas raízes anteriores à consolidação da Umbanda como uma religião estabelecida na sociedade brasileira. Anteriormente, das organizações religiosas e da Proclamação da República no Brasil, quando o Estado era declaradamente católico, diversas práticas espirituais floresciam em paralelo.

Por volta das décadas de 20 e 30, a figura da Pombagira surge na Macumba, Quimbanda e também nas vertentes africanas da Umbanda, como uma Entiadade associada a Exu. Já na cultura Banto, Exu simboliza não só feiticeiros e homens poderosos reverenciados nas encruzilhadas, mas também guardiões da magia, da mumunha e dos segredos da cultura. Além disso, Com a influência da cultura Nagô, que cultua os Orixás, o Orixá Exu e essas Entidades irreverentes começam a ser venerados no mesmo lugar (Encruzilhada).

Pombagira e Exu são uma dupla?

Em suma, a Entidade Exu ganha uma parceira, assim passa a ser acompanhado por uma mulher forte. Originalmente, denominada pelo nome de uma divindade da cultura Banto, Pambu Njila e, ao longo do tempo, é chamada de Pombagira.

Embora seja considerada uma figura forte, Pombagira é uma Entidade marginalizada e fruto de muitos rumores e desconfianças. Nesse sentido, é fato é que as Guardiãs de Umbanda atuam ao lado dos Exus na Esquerda de Umbanda, como Guias responsáveis por trabalhar com as nossas sombras e vícios.

Dessa forma, as Pombagiras são uma representação poderosa que desafia as convenções da sociedade patriarcal, do colonialismo e do racismo religioso. Intimamente ligada à cultura banto e negra, ela se manifestou com vigor no período pós-abolição da escravatura, nas religiosidades populares das favelas e morros em diversas.

A Evolução da Pombagira na Umbanda

Nas vertentes da Umbanda, dais quais são influenciadas pelo espiritismo, tanto Exu quanto Pombagira inicialmente foram mal vistos. No entanto, ao longo das décadas, esses Guias se transformaram e ganharam o “status” de protetores e guardiões. Dessa forma, os praticantes de Umbanda passaram a reconhecê-los como guias e mestres que possuem valiosos ensinamentos sobre a vida e seus mistérios.

“Só quem viveu é que tem o que ensinar sobre a vida. A gente tem muito que aprender com essas entidades sobre o que é a vida.”

Alexandre Cumino na Semana Teologia de Umbanda

Inegavelmente, a Pombagira se torna um símbolo de desafio à opressão feminina em uma sociedade predominantemente machista. Ela não apenas representa a libertação da mulher desse papel opressor, mas também tem a missão de ensinar aos homens a reverenciar e respeitar a verdadeira essência feminina.

Seu legado? Inspirar a liberdade e o desejo nas mulheres, a fim de lutar por uma sociedade equânime. A Pombagira contribui ainda para ensinar os homens o respeito pelas mulheres em sua verdadeira essência e a repensar atitudes machistas.

Ao desvendar a história e a influência da Pombagira, percebemos sua importância não apenas no cenário religioso, mas também como uma Entidade que desafia e transforma estruturas sociais patriarcais. Seu papel é vital para a cura e a evolução da sociedade como um todo.

Este artigo é a PRIMEIRA PARTE do resumo da Aula 05: “Pombagira, o que aprendemos com elas?” da Semana Teologia de Umbanda com Alexandre Cumino.

• Acesse a SEGUNDA PARTE deste conteúdo em: Pombagira faz amarração?

Texto: Sarah Gomes
Imagem: Umbanda EAD
Fonte de Pesquisa: Aula “Pombagira, o que aprendemos com elas?” da Semana Teologia de Umbanda de Agosto de 2023 apresentada por Alexandre Cumino e Júlia Pereira. (Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=G3O3LnzRsww)