Caboclos: incorporação e trabalhos espirituais

Este texto é a PRIMEIRA PARTE do resumo da Aula 03: “Caboclos: incorporação e trabalhos espirituais” da Semana Teologia de Umbanda com Alexandre Cumino.

A presença dos Caboclos na Umbanda vai muito além da mera incorporação espiritual. Portanto, estes seres espirituais carregam consigo uma rica herança cultural e espiritual, simbolizando força, sabedoria e um profundo amor pela natureza.

Nesta sequência de textos, vamos adentrar as matas e mergulhar de maneira única nos mistérios dessa Linha de Trabalho. Assim, vamos entender origem dos Caboclos, sua influência na Umbanda e o significado por trás dos seus nomes, tanto em português quanto em tupi-guarani.

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Origem e significado do termo CABOCLO

A palavra “Caboclo” tem sua origem no Tupi-guarani. Para muitas pessoas, “caboclo” denota uma pessoa ou homem simples. Em contrapartida, nas tradições indígenas, refere-se ao indígena que saiu da tribo.

A manifestação dos Caboclos não se limita à Umbanda. Eles são encontrados em diversos rituais, como na Jurema, Encantaria, Tambor de Mina, Candomblé Congo-Angola e em uma variação deste último, o Candomblé de Caboclo. Além disso, fora do Brasil, como na Venezuela, há rituais que também contam com a presença de Caboclos.

Como começou o culto na Umbanda?

Historicamente, no Brasil, por volta da década de 1920 no Rio de Janeiro, um grande grupo de espíritas começou a incorporar Caboclos, resultando na origem de um Espiritismo de Linha ou Espiritismo de Umbanda.

Simultaneamente, havia a Macumba: um ritual afro-brasileiro de origem africana, que faz reverência aos donos desta terra. No Brasil, os escravizados que tinham origem Bantu, faziam questão de reverenciar o dono da terra antes de cultuar os seus próprios ancestrais.

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Em tradições africanas que cultuam o Caboclo, ele é visto como o primeiro dono da terra. Enquanto, para os grupos espíritas, o caboclo representa a força do guerreiro e do protetor. Em síntese, a combinação dessas duas visões contribuiu em boa parte para a formação da Umbanda como a conhecemos hoje.

Na Umbanda, há uma tríade muito forte composta pela Criança (Erê), o Caboclo e o Preto Velho. Portanto, a Criança representa a inocência e a pureza, o Caboclo representa a força e o Preto Velho, a sabedoria. Essa tríade também simboliza três fases da vida: a infância, a fase adulta e a velhice.

Significado dos nomes dos Caboclos

Existem vários nomes de Caboclos em português, que carregam um simbolismo profundo, assim como Pena Branca, Sete Penas, Pena Vermelha, Pena Dourada, Flecha Ligeira, Flecha Dourada, Sete Montanhas, Caboclo dos Rios, Caboclo da Cachoeira, Caboclo Sete Lagos, Caboclo da Lua.

Por outro lado, há também nomes em tupi-guarani, como Sr Urubatan, Sr Ubirajara, Indaiá, Jarina e Janaína. Esses nomes em tupi-guarani são particularmente significativos. Os tupis, pertencentes ao tronco linguístico tupi-guarani, ocupavam toda a costa do Brasil. Infelizmente, foram os primeiros povos indígenas a serem dizimados. Portanto, ao adotar esses nomes, a Umbanda presta uma homenagem poderosa a eles.

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A escolha desses nomes não é apenas uma questão de reconhecimento, mas também uma afirmação de que esses povos, embora dizimados, continuam vivos. Eles vivem não apenas em nossa memória coletiva, mas também em nossa espiritualidade.

Dessa forma, a Umbanda resgata e honra, especialmente aqueles que foram marginalizados ou esquecidos, exaltando a sabedoria e a contribuição que trouxeram à nossa cultura e espiritualidade.

Caboclos e a conexão com a natureza

Os Caboclos na Umbanda simbolizam o amor e a natureza. Desse modo, eles servem como uma ponte, que nos conecta aos povos originários. Esta conexão nos convida a olhar com amor e compaixão para os indígenas, especialmente aqueles que enfrentam desafios sociais na sociedade atual. A presença dos Caboclos vai além da simples incorporação para realizar atos de caridade, embora essa caridade seja de suma importância.

Há uma riqueza cultural e espiritual profunda associada aos Caboclos. Cada pessoa tem a oportunidade de explorar e entender essa profundidade, refletindo sobre como a presença do caboclo a afeta. Quando alguém incorpora um Caboclo, essa pessoa não apenas recebe uma Entidade, mas também acessa uma memória milenar repleta de sabedoria, conhecimento, amor pela natureza e uma poderosa capacidade de realização.

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Caboclos são Guias na jornada espiritual

A Linha de Caboclos tem uma forte conexão com Pai Oxóssi, o Orixá caçador. Esta ligação não se refere apenas à caça física, mas também à busca espiritual – a caça pelo alimento da alma. Em sua essência, representam essa incessante busca e desejo de alimentar não apenas o corpo, mas também o espírito.

Eles desempenham um papel crucial em nutrir nossa alma e nosso ser, trazendo conhecimento, sabedoria e informações valiosas para nossa jornada espiritual. Na presença dos Caboclos, sentimos uma sensação de segurança e proteção, pois eles emanam força, vigor e vitalidade.

Portanto, esta energia positiva e poderosa nos faz sentir apoiados e guiados em nosso caminho, reforçando nossa conexão com o divino e nos ajudando a navegar pelos desafios da vida com confiança e determinação.

Ao incorporar o Preto Velho, ele traz a sabedoria.

Do Caboclo, você recebe força quando incorporado.

Já a Criança nos presenteia com a pureza.

Alexandre Cumino em Semana de Teologia de umbanda

Este texto é a PRIMEIRA PARTE do resumo da Aula 03: “Caboclos: incorporação e trabalhos espirituais” da Semana Teologia de Umbanda com Alexandre Cumino.

Acesse a SEGUNDA PARTE deste conteúdo em: Por que Caboclo bate no peito?

Texto: Sarah Gomes
Imagem: Umbanda EAD
Fonte de Pesquisa: Aula “Caboclos: incorporação e trabalhos espirituais” da Semana Teologia de Umbanda de Agosto de 2023 apresentada por Alexandre Cumino e Júlia Pereira. (Disponível em: https://www.youtube.com/live/jDSHSBxjwnU)

Sarah Gomes

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