Obsessor: como identificar e lidar com esse espírito

O artigo “Obsessor: como identificar e lidar com esse espírito” é o RESUMO da Aula 04: do Evento Teologia de Umbanda com Alexândre Cumino.

Neste artigo, vamos falar sobre um assunto que gera bastante receio e curiosidade nas pessoas. Afinal, como sabemos se estamos sendo influenciados ou não por um obsessor?

É importante conhecermos os fundamentos da Umbanda, uma espiritualidade brasileira que combina elementos do Catolicismo, Espiritismo e outras tradições afro-brasileiras, para entendermos os conceitos sobre espíritos obsessores e a influência da religião.

A obsessão na espiritualidade

A obsessão é um tema recorrente e popular no meio espírita, explorando o conceito de obsessor e sua influência negativa na vida das pessoas. Muitos acreditam que todos têm um obsessor, por isso ocorre sessões de desobsessão nos centros, o que acaba gerando uma visão distorcida sobre o assunto.

Existe uma obsessão de que todo mundo está obsediado.

Alexândre Cumino

É importante desmistificar a ideia sobre obsessão, pois nem todas as dificuldades e problemas enfrentados na vida são causados ​​por espíritos negativos.

Muitas vezes, a espiritualidade é vista como um caminho de restrições e renúncias, o que cria uma visão negativa dos prazeres e alegrias que a vida pode oferecer. No entanto, é importante desconstruir essa ideia e entender que é possível encontrar um equilíbrio saudável entre a vida material e espiritual.

Existe uma autossabotagem ao estudar sobre espiritualidade, uma vez que boa parte das pessoas começam a “demonizar” a vida material, com a ideia de que ser espiritual é abrir mão de tudo que existe na matéria .

Entretanto, Alexândre ensina que a grande questão em relação à matéria não é de você viver ou não os prazeres da vida. Mas sim, o seu apego em relação a eles.

“Temos que cuidar dessa obsessão por tudo que é prazer da vida, para viver apenas a espiritualidade. A gente não estaria encarnado neste mundo se fosse para viver apenas questões espirituais.”

Alexândre Cumino

A relação entre espiritualidade e prazeres da vida é um ponto de análise importante. Ser espiritual não significa abrir mão de todos os prazeres e alegrias que a vida tem a oferecer. Este pensamento sobre demonização surgiu no Cristianismo.

Origem da demonização e o Espiritismo

A origem do termo “demonização” veio com a ideia de pecado, bastante utilizada na Igreja Católica. No Cristianismo Romano Medieval, havia a autoflagelação com a ideia de que isso ajudaria na elevação espiritual por consequência causa da demonização do corpo.

Este conceito de pecado em relação aos prazeres da vida fez com que a Igreja Católica criasse os 7 pecados capitais. A exemplo disso: A gula tem o demônio da gula; A paixão o demônio da paixão e assim consecutivamente.

O catolicismo utiliza termos como íncubos e súcubos para se referir aos demônios da intimidade que utilizam os desejos sexuais e de intimidade para se atrair pelos hospedeiros.

Essa visão negativa da matéria foi perpetuada ao longo dos séculos e chegou ao Espiritismo brasileiro, que tem uma influência cristã católica muito forte. A religião de Allan Kardec acaba “reciclando” o conceito de “demônio” e passa a chamá-los de obsessor.

A origem e a popularização da ideia da maioria desses obsessores vem desse contexto. Outros termos bastante utilizados no Espiritismo para definir esses espíritos negativos são:

Encosto

Já foi bastante utilizado na Umbanda, como um espírito obsessor que fica “grudado” no obsediado. Atualmente, esse termo é usado pela Igreja Neo-pentecostal para se referir aos Guias de Umbanda de uma maneira pejorativa.

Espírito zombeteiro

São espíritos que estão brincando, se divertindo e perturbando. É comum que as pessoas que estão sendo obsediadas por esses espíritos sintam uma perturbação em sua vida.

Espírito errante

Aquele espírito que está vagando, perdido e não sabe que já desencarnou. É comum que eles atrapalhem a vida do obsediado. É como se o “pensamento” dele atravessasse o de seu hospedeiro.

Espírito sofredor

Aquele espírito que de alguma forma está “pronto” para receber ajuda, porém ainda vive em uma situação doentia. É comum que as pessoas obsediadas por esses espíritos sintam dores emocionais e físicas que o espírito está “sentindo”.

O espírito Obsessor e a Umbanda 

Com o passar do tempo, a ideia de espíritos negativos também chegou a Umbanda e são chamados de “Quiumba” ou “Egum”.

A palavra “Quiumba” vem da cultura banto de uma linguagem quimbundo, umbundo e quicongo e seu significado é morto, ossos ou ossada. Contudo, na Umbanda ela perde esse fundamento da sua raiz banto e ganha um novo significado: quiumba é um espírito de um morto, negativo ou ruim.

Outro termo bastante utilizado na religião é “Egum” , que vem da cultura Yorubá na tradição Nagô e significa espírito. Ou seja, todo espírito é um egum, como por exemplo, Caboclo, Preto-Velho e Boiadeiro. Entretanto, na Umbanda o termo também perdeu sua origem e é utilizado para denominar um espírito negativo, indesejado e que atrapalha a vida das pessoas.

É importante desmistificar a ideia de obsessão. Muitas vezes, as pessoas acreditam que qualquer problema ou dificuldade na vida é causado por um espírito negativo, o que não é verdade. Para pessoa ser influenciada por “quiumba”, por exemplo, é necessário que ela esteja atraindo isso.

Alexândre explica que se uma magia negativa foi realizada um espírito te “ataca”, isso pode significar que você tenha alguma ligação com ele. Toda magia que chega até você é porque de certa forma você o atraiu.

Causas da obsessão

É necessário entender que espíritos obsessores possuí ideias obsessivas. No Espiritismo, acredita-se que os obsessores são atraídos por vícios. Por exemplo, uma pessoa viciada em drogas ou álcool é obsediada por um espírito que se atraia por esses condições específicos.

A obsessão espiritual também pode ser resultado de questões emocionais não resolvidas, traumas passados ​​e experiências de destruição. Essas emoções e traumas podem criar vulnerabilidades energéticas e atrair obsessores que se aproveitam dessas fragilidades. É importante realizar um trabalho de cura emocional para evitar uma obsessão.

A obsessão não se resolve quando a pessoa que está sendo obsediada manda o obsessor embora, mas sim entendendo o motivo pela qual está passando por essa situação e com ajuda dos Guias de Umbanda. Quando você entende o que está causando a obsessão, é necessário curar para que não atraia mais.

A cura emocional é fundamental para evitar uma obsessão espiritual.

Ao lidar com questões emocionais, traumas e rejeições, é possível fortalecer a energia pessoal e criar uma proteção espiritual mais forte. Ela envolve o processo de reconhecimento, acesso e transformação das emoções negativas, permitindo que uma pessoa se liberte da influência dos obsessores.

Assim, caso um desses espíritos chegar até você, na Umbanda, por exemplo, uma Entidade incorporada faz uma reza e encaminha o espírito para que ele não volte mais. Quando há uma obsessão que não acaba, é necessário entender e trabalhar suas dores.

Por fim, é fundamental desconstruir o medo e a perseguição relacionada à obsessão. Muitas vezes, esses medos são alimentados por conceitos antigos ​​e pela demonização dos prazeres da vida. Em Teologia da Umbanda, Alexândre Cumino ensina a termos um novo olhar para religião e trabalhar a espiritualidade para nos conectarmos com a nossa família espiritual.

O artigo “Quantos Orixás existem?” é o RESUMO da Aula 04: “Obsessor: como identificar e lidar com esse espírito” do Evento Teologia de Umbanda com Alexândre Cumino.

Por Alexândre Cumino
Copidesque: Maria Eduarda Decourt
Imagem: Imagem gerada por Inteligência Artificial
Fonte de Pesquisa: Aula “Como identificar o obsessor?” do Evento Teologia de Umbanda de Março de 2024 apresentada com Alexandre Cumino (Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RvXutodUyM0)

Alexândre Cumino

Copidesque: Maria Eduarda Decourt

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