Seg, 11 de Abril, 2016
São Félix e Cachoeira são municípios baianos situados às margens do Rio Paraguaçu. Palco de encontros – índio, africano, europeu – em seu processo de fundação, as cidades exprimem em si a miscigenação do povo brasileiro.
Atualmente são consideradas berços históricos do país e abrigam uma rica diversidade cultural, que podem ser encontradas nos museus, nas manifestações populares, bem como no forte sincretismo religioso.
Bumba-meu-boi, Queima de Judas, Reisado, Samba de Roda, Afoxé, Comunidades Quilombolas, Bando Anunciador, Levagem da Lenha, Trança de Fitas… essas e outras manifestações se fazem presentes em São Félix e Cachoeira, evidenciando a cultura – e consequentemente a mistura – das três vertentes que compuseram o grupo étnico do país.
Dentro dessa realidade o IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia órgão vinculado a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) que é responsável pela proteção de bens culturais baianos lançou no ano passado a primeira tiragem do livro Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix, que conta a história de 10 terreiros de nação nagô, nagô-vodum, jeje-mahi e angola presentes nas cidades do recôncavo baiano.
Ver também: ICA recebe prêmio do IPHAN em Salvador (BA)
O livro é o 9º editorial da sequência de “Cadernos do IPAC” iniciados em 2009 e tem como objetivo servir de material para estudiosos e leitores em geral e assim preservar a história dos espaços de práticas culturais coletivas. Todos os terreiros apresentados carregam o título de Patrimônio Imaterial do Estado e fazem parte agora do plano de salvaguarda do IPAC.
Atualmente o caderno está disponível para download no site do IPAC. Acessando ipac.ba.gov.br na área downloads é possível encontrar o tópico “Cadernos do IPAC” onde estão disponíveis todas as edições do projeto incluindo a dos 10 terreiros de São Félix e Cachoeira.
“O candomblé, criado no Brasil, permitiu a reestruturação dos povos africanos, possibilitando a criação de novas relações afetivas, formando novos laços de família de irmãos, pais e mães de santo. Assim, se fortaleceu o povo de santo, enfrentando o preconceito da sociedade civil, com o propósito de impor o respeito às suas crenças, criando uma teia de solidariedade, sobrevivendo às perseguições do Estado, da Igreja Apostólica Romana e da Inquisição à época que criminalizava as práticas religiosas dos indígenas e dos africanos, considerando-as “feitiçaria“.
Trecho do livro Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix
Segundo informações do site do IPAC ainda nesse semestre também será divulgado um vídeodocumentário sobre esses terreiros em cerimônia na cidade de Cachoeira-BA.
Se você é uma instituição cultural, escola, universidade, biblioteca ou agente municipal alguns dos materiais produzidos pelo IPAC são destinados a essas instituições. Para mais informações sobre isso entre em contato com a coordenação de Articulação e Difusão (Coad) do IPAC via telefone pelo (71) 3116-6945 ou [email protected]
Texto: Júlia Pereira
Imagem: Site IPAC
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