Para tipos de mediunidade temos inúmeras variações. Classificamos aqui algumas das capacidades “catalogadas” e presentes também em ambientes de Umbanda.
A primeira menção sobre psicografia dentro da Umbanda é de Pai Rubens Saraceni. Com mais de 50 obras o sacerdote divide seus livros, entre os que fundamentam a Umbanda e seus ritos e os romances psicografados.
Rubens Saraceni iniciou um processo que ia na contramão do que se considerava “correto” à sua época. Hoje, é fácil encontrar obras de diversos autores umbandistas que psicografam romances mediúnicos, porém, nem sempre eles foram bem aceitos.
Em entrevista com a Revista Sexto Sentido, Pai Rubens Saraceni contou que quando deu início a prática de psicografar na Umbanda recebeu diversas críticas, inclusive de irmãos espíritas, porém respondeu a elas dizendo. “Médium é médium, seja de Umbanda, Candomblé ou Espiritismo, não importa a doutrina que ele siga. Eu mostrei que o dom da pessoa independe da formação religiosa e que tendo o dom, ela canaliza o que o astral quer“.
A manifestação mediúnica mais comum a Umbanda e a qual também se deve a sua fundação e sustentação é a incorporação. O ato de incorporar uma entidade, consiste em fazer a conexão entre os chakras do médium e os do guia.
Desta forma, no momento da incorporação nosso espírito continua “habitando” o corpo físico. Não há necessidade de se ceder esse lugar para que a entidade possa trabalhar. Entenda como isso acontece no texto: Tenho medo de incorporar.
Nessa modalidade o espírito se comunica por meio da fala do médium transmitindo sua mensagem. Um caso que gerou polêmica e ficou conhecido em todo o país, foi o do deputado Luiz Carlos Bassuma, que durante uma sessão solene diz ter recebido a mensagem de um espírito. Clique aqui e assista.
Resumidamente, a xenoglossia pode ser tipificada como a capacidade que o médium desenvolve de falar em línguas. Esses dialetos são desconhecidos ao médium e até mesmo ao linguajar humano.
Ouvir a voz do espírito. Pai Rodrigo Queiroz fala sobre essa capacidade no estudo Mediunidade na Umbanda “a clauriaudiência é a capacidade de ouvir os espíritos ao vivo. Você não ouve espírito no passado, nem no futuro e também não ouve coisas acontecendo fora do lugar. Não é premonição, nem nada disso. Tem clariaudiência, que é quando um guia espiritual se aproxima de você, fala e você escuta. Escuta assim como está me escutando, isso sim é clariaudiência.”
Capacidade de sentir aromas e gostos presentes no mundo espiritual, ou seja, que não estão materializados nesse plano.
Esse fenômeno ocorre quando o médium consegue ter a visão do mundo astral. É uma mediunidade mais difícil de se encontrar e às vezes há também uma confusão entre a pessoa que possui clarividência e aquele que vê “vultos” esporadicamente.
O clarividente manifesta essa capacidade mediúnica a qualquer momento, basta que esteja concentrado. A probabilidade disso acontecer aumenta quando a pessoa está no terreiro, no mesmo nível de ocorrência das incorporações por exemplo.
Nessa modalidade de mediunidade, encontramos a pessoa que concebe imagens de fatos e cenas que estão acontecendo ou já aconteceram em algum lugar.
Pai Rodrigo Queiroz também explica isso no estudo sobre Mediunidade dizendo que “a vidência é quando a pessoa abre uma visão e abre-se uma tela aos olhos daquela pessoa. Semelhante a um computador. Abre essa tela/janela e ela consegue enxergar uma cena ou situação. Um indivíduo em outro ambiente, lugar ou tempo e traduz isso, isso é vidência.”
Conhecido como pintura mediúnica a pictografia é o dom de pintar e produzir arte conduzido pelo espírito. Nesse ato, a entidade toma as funções motoras do médium desenvolvendo a pintura como forma de manifestação.
Consiste em “escutar” mentalmente ou intuir algo, mas é importante ressaltar que difere da clariaudiência, pois nessa modalidade, como já dito, o médium escuta claramente a voz do espírito, podendo até identificar e discernir o timbre da voz de seu mentor. A inspiração é algo mais sutil.
Nesse tipo de mediunidade o perispírito ou a alma da pessoa se projeta para fora do corpo realizando a conhecida viagem astral.
Esse desdobramento ocorre quando o espírito da pessoa tem alguma tarefa no astral e se “desliga” temporariamente do seu corpo físico para executa-la.
Pode ser entendida como a mediunidade que possibilita que o médium obtenha informações sobre a história de algum objeto. A edição 47, da Revista Cristã do Espiritismo publicou um artigo sobre o termo, contando que o seu surgimento se deu em 1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes Buchanan.
No texto Érika Silveira descreve a psicometria (pela visão do médico) como o método de estudo que consistia em apresentar aos pacientes objetos pertencentes ao presente ou passado de uma pessoa. “Os sonâmbulos passavam a descrever cenas relativas às épocas de existência do objeto e até mesmo o próprio caráter da pessoa a quem pertencia o objeto psicometrado” descreve Érika.
Depois disso estudiosos espíritas também se empenharam em se aprofundar no estudo desse fenômeno.
Pai Alexandre Cumino descreve no livro Médium – Incorporação não é Possessão essa projeção como “a leitura do registro astral e temporal que fica em cada objeto revelando seu histórico.”
A mediunidade não é propriedade de uma ou outra religião, como um dos nossos sentidos sensoriais ela é algo natural ao homem, entretanto, cada um de nós viemos a este plano com o domínio de determinadas faculdades mediúnicas, que tem ligação com a vibração espiritual religiosa que rege nossa ancestralidade.
Leia mais sobre isso em: A mediunidade de Umbanda é a mesma da Espírita?
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Texto:
Júlia Pereira
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Arquivo ICA
10 Comments
A Cada texto, conite, curso que participei, venho sempre aprendendoalgo que ou desconhecia ou esqueci durante estes mais de 5 décadas de Umbanda. Gratidão a todos mestres , professores e Sacerdotes.
Axé!
Gratidão por todo retorno Antonio! Saravá!
Júlia Pereira – redação
Bom texto este. Explicam algumas dúvidas. Obrigado.
Como é bom ter acesso à conteúdo competente sobre a umbanda. Muito bom. Pai Rodrigo nos inspira!
Fui evangélica durante alguns anos.
Fui batizada nas águas e pelo Espirito Santo, portanto falo em”Línguas estranhas” ou “Línguas dos Anjos”. Mesmo não sendo mais dessa religião quando oro fervorosamente ainda falo!
Isso seria mediunidade Xenoglossia?
Gratidão!
Bom dia Jesuita! Como vai?
Provavelmente sim. Mediunidade não tem religião e se manifesta em diversas crenças. Neste texto eu comento sobre isso >> https://umbandaead.blog.br/2017/08/25/tenho-medo-de-incorporar/
Axé!
Não respondeu o que eu queria saber eu quero saber sobre os médiuns que são de incorporação qual a diferença entre eles obrigada
Oi Jeane!
Irmã, as variações entre as incorporações estão relacionadas aos tipos de mediunidade que aquele médium carrega. Não existe melhor ou pior médium. Existem características próprias no momento da incorporação, que faz parte do encontro da alma do médium com o espírito acoplado. Desta forma, cada linha irá manifestar o seu arquétipo e somado à isso, existem as características próprias do médium. Não tem como listar essas variações. Entende?
Axé!
Nossa como vc é educada
Nossa, é tudo tão bem explicado, obg, a minha mediunidade é clarividência e vidência, estava a muito tempo tentando saber o q eu tenho, médicos não sabiam me explicar e nem a minha antiga religião q era catolicismo…