Tipos de Mediunidade
Para tipos de mediunidade temos inúmeras variações. Classificamos aqui algumas das capacidades “catalogadas” e presentes também em ambientes de Umbanda.
1 – Psicografia
A primeira menção sobre psicografia dentro da Umbanda é de Pai Rubens Saraceni. Com mais de 50 obras o sacerdote divide seus livros, entre os que fundamentam a Umbanda e seus ritos e os romances psicografados.
Rubens Saraceni iniciou um processo que ia na contramão do que se considerava “correto” à sua época. Hoje, é fácil encontrar obras de diversos autores umbandistas que psicografam romances mediúnicos, porém, nem sempre eles foram bem aceitos.
Em entrevista com a Revista Sexto Sentido, Pai Rubens Saraceni contou que quando deu início a prática de psicografar na Umbanda recebeu diversas críticas, inclusive de irmãos espíritas, porém respondeu a elas dizendo. “Médium é médium, seja de Umbanda, Candomblé ou Espiritismo, não importa a doutrina que ele siga. Eu mostrei que o dom da pessoa independe da formação religiosa e que tendo o dom, ela canaliza o que o astral quer“.
2 – Incorporação
A manifestação mediúnica mais comum a Umbanda e a qual também se deve a sua fundação e sustentação é a incorporação. O ato de incorporar uma entidade, consiste em fazer a conexão entre os chakras do médium e os do guia.
Desta forma, no momento da incorporação nosso espírito continua “habitando” o corpo físico. Não há necessidade de se ceder esse lugar para que a entidade possa trabalhar. Entenda como isso acontece no texto: Tenho medo de incorporar.
3 – Psicofonia
Nessa modalidade o espírito se comunica por meio da fala do médium transmitindo sua mensagem. Um caso que gerou polêmica e ficou conhecido em todo o país, foi o do deputado Luiz Carlos Bassuma, que durante uma sessão solene diz ter recebido a mensagem de um espírito. Clique aqui e assista.
4 – Xenoglossia
Resumidamente, a xenoglossia pode ser tipificada como a capacidade que o médium desenvolve de falar em línguas. Esses dialetos são desconhecidos ao médium e até mesmo ao linguajar humano.
5 – Clariaudiência
Ouvir a voz do espírito. Pai Rodrigo Queiroz fala sobre essa capacidade no estudo Mediunidade na Umbanda “a clauriaudiência é a capacidade de ouvir os espíritos ao vivo. Você não ouve espírito no passado, nem no futuro e também não ouve coisas acontecendo fora do lugar. Não é premonição, nem nada disso. Tem clariaudiência, que é quando um guia espiritual se aproxima de você, fala e você escuta. Escuta assim como está me escutando, isso sim é clariaudiência.”
6 e 7 – Clariolfativo e Clarigustativo
Capacidade de sentir aromas e gostos presentes no mundo espiritual, ou seja, que não estão materializados nesse plano.
8 – Clarividência
Esse fenômeno ocorre quando o médium consegue ter a visão do mundo astral. É uma mediunidade mais difícil de se encontrar e às vezes há também uma confusão entre a pessoa que possui clarividência e aquele que vê “vultos” esporadicamente.
O clarividente manifesta essa capacidade mediúnica a qualquer momento, basta que esteja concentrado. A probabilidade disso acontecer aumenta quando a pessoa está no terreiro, no mesmo nível de ocorrência das incorporações por exemplo.
9 – Vidência
Nessa modalidade de mediunidade, encontramos a pessoa que concebe imagens de fatos e cenas que estão acontecendo ou já aconteceram em algum lugar.
Pai Rodrigo Queiroz também explica isso no estudo sobre Mediunidade dizendo que “a vidência é quando a pessoa abre uma visão e abre-se uma tela aos olhos daquela pessoa. Semelhante a um computador. Abre essa tela/janela e ela consegue enxergar uma cena ou situação. Um indivíduo em outro ambiente, lugar ou tempo e traduz isso, isso é vidência.”
10 – Pictografia
Conhecido como pintura mediúnica a pictografia é o dom de pintar e produzir arte conduzido pelo espírito. Nesse ato, a entidade toma as funções motoras do médium desenvolvendo a pintura como forma de manifestação.
11 – Inspiração ou irradiação
Consiste em “escutar” mentalmente ou intuir algo, mas é importante ressaltar que difere da clariaudiência, pois nessa modalidade, como já dito, o médium escuta claramente a voz do espírito, podendo até identificar e discernir o timbre da voz de seu mentor. A inspiração é algo mais sutil.
12 – Projeção astral
Nesse tipo de mediunidade o perispírito ou a alma da pessoa se projeta para fora do corpo realizando a conhecida viagem astral.
Esse desdobramento ocorre quando o espírito da pessoa tem alguma tarefa no astral e se “desliga” temporariamente do seu corpo físico para executa-la.
13 – Psicometria
Pode ser entendida como a mediunidade que possibilita que o médium obtenha informações sobre a história de algum objeto. A edição 47, da Revista Cristã do Espiritismo publicou um artigo sobre o termo, contando que o seu surgimento se deu em 1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes Buchanan.
No texto Érika Silveira descreve a psicometria (pela visão do médico) como o método de estudo que consistia em apresentar aos pacientes objetos pertencentes ao presente ou passado de uma pessoa. “Os sonâmbulos passavam a descrever cenas relativas às épocas de existência do objeto e até mesmo o próprio caráter da pessoa a quem pertencia o objeto psicometrado” descreve Érika.
Depois disso estudiosos espíritas também se empenharam em se aprofundar no estudo desse fenômeno.
Pai Alexandre Cumino descreve no livro Médium – Incorporação não é Possessão essa projeção como “a leitura do registro astral e temporal que fica em cada objeto revelando seu histórico.”
A mediunidade não é propriedade de uma ou outra religião, como um dos nossos sentidos sensoriais ela é algo natural ao homem, entretanto, cada um de nós viemos a este plano com o domínio de determinadas faculdades mediúnicas, que tem ligação com a vibração espiritual religiosa que rege nossa ancestralidade.
Leia mais sobre isso em: A mediunidade de Umbanda é a mesma da Espírita?
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Texto:
Júlia Pereira
Imagem
Arquivo ICA