Para quem ouve pela primeira vez o som dos atabaques embalarem os mais lindos pontos de umbanda dentro do terreiro.. sai do templo querendo escutar batuque, no carro, na casa, no trabalho, na academia, no ônibus e em todo canto. Mas, experimenta procurar no youtube “pontos de umbanda”. Bom, o resultado não é muito animador, a maioria dos pontos disponibilizados pelo youtube ou são de giras ao vivo (e o audio fica bem ruim) ou a gravação que não é boa mesmo.
A fim de explorar e mostrar um pouco mais sobre nossa pluralidade musical no que se refere a Umbanda e mais precisamente dentro de um contexto mais atual (compositores e obras frescas!) pesquisamos algumas cantoras que tratam dos Orixás, Guias… e ainda dispõem de arranjos musicais inspirados em pontos de terreiro, com isso, de bônus nós ainda valorizamos nosso produto cultural, sensacional não é? Então dá um confere nos sons ai..
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Mariene de Castro
A soteropolitana mais envolvente do nosso país, traz em sua musicalidade mais do que referências a religiosidade afro-brasileira. A batida de Mariene de Castro quase que nos transporta para as festas dos ilês e giras de Umbanda.
O grande público que ainda não conhecia a cantora teve o prazer de vê-la atuar como Dalva, personagem interpretada pela cantora na novela Velho Chico da rede Globo.
Após a participação na trama, também marcou a telas da TV brasileira com sua aparição na cerimônia em que celebrava-se o encerramento das olimpíadas no país. O Brasil parou ao escutar “Pelo tempo que durar” na voz da baiana enquanto a tocha olímpica se apagava.
Juçara Marçal
A cantora e educadora Juçara Marçal desenvolve seu trabalho desde 1998 e a partir dai ela só vem somando ao cenário musical brasileiro. Quem conhece o raper Criolo já deve ter ouvido Fio de Prumo (Pade Onã) na qual Juçara participa. A cantora que pesquisa e trabalha as tradições afro-brasileiras, conta com alguns parceiros como Kiko Dinucci e Thiago França com quem formou o grupo Metá Metá. Tanto solo, como em grupo ou fazendo participação Juçara é muito axé em forma de música.
Margarete Menezes
Cantora, compositora, atriz e empresária, a brasileira é dona de uma voz incomparável que saúda a cultura e religiosidade de matriz africana.
Roberta Nistra
Cantora, compositora e cavaquinista, Roberta também é pesquisadora musical e suas canções são marcadas pela alegria contagiante do samba, o improviso do choro e a inspiração dos ritmos africanos, como o lundu, a umbigada dentre outros que marcam também, a origem do samba.
Rita Ribeiro ou Rita Benneditto
Conhecida pela sua característica de unir músicas de terreiro a arranjos modernos, Rita Ribeiro consolidou seu trabalho internacionalmente.
https://www.youtube.com/watch?v=85YxTAxFm9Y
Teresa Cristina
A cantora integra o Grupo Semente, onde suas canções embaladas por ritmos do samba trazem canções que exprimem a religiosidade afro-brasileira.
Renata Jambeiro
O Afro-samba de Renata Jambeiro é embalado pelo seu canto, danças e interpretações teatrais.
Fabiana Cozza
Outra gigante na voz, Fabiana Cozza tem seu repertório marcado por canções que saúdam os Orixás.
Luci Rosa
Cantora e umbandista, tem em suas melodias as composições de Mãe Lurdes de Vieira Campos, trazendo para o cenário musical um pouco da vertente de Umbanda, atribuída a Pai Rubens Saraceni, tida como Umbanda Sagrada.
Renata Rosa
Renata Rosa saúda a musicalidade brasileira, trazendo um pouco das crenças populares e religiosidades presente no país para o ritmo inspirado no maracatu, sendo ela tocadora de rabeca (nome cultural para o instrumento musical de corda trazido do norte da África, entendido hoje como violino). Vale a pena conferir essa voz!
Mônica Salmaso
A artista tem como foco de suas melodias a MPB e seu primeiro trabalho cantava as composições de Baden Powell e Vinicius de Moraes, no álbum Afro-sambas.
https://www.youtube.com/watch?v=ET7r6N0IG9U
Virgínia Rodrigues
Escutar essa cantora é sentir a força dos Orixás em forma de melodia. O canto de Virgínia é beleza, resistência e manifestação cultural pura. Descoberta por Caetano Veloso, a musicalidade de Virgínia traz elementos do samba, jazz e música clássica, munindo-se ainda, das reverências a Umbanda, Candomblé e cultura afro-brasileira.
Glória Bonfim
No seu álbum Santo e Orixá canta e brinda as crenças afro-brasileiras, interpretando também pontos presentes nos terreiros.
Roberta Sá
Na mesma “pegada” de Roberta Nistra, Roberta Sá apresenta sua MPB marcada pelo cavaquinho e roupagem do samba. No álbum ‘Quando eu canto é reza’ dedica canções à cultura afro-brasileira e aos Orixás.
Aline Calixto
Mais uma sambista brasileira que traz a musicalidade dos Orixás como inspiração para o seu canto.
Juliana D Passos
No Atabaque e Voz, a cantora traz arranjos de músicas aos Orixás e Guias.
Déa Trancoso
Diminuindo a batida vamos para o som envolvente e autêntico da mineira Alcidéia Margareth Rocha Trancoso ou Déa Trancoso. Seu ritmo está baseado nos cantos presentes no catimbó, lundu, maracatu, moda de viola, samba de caboclo e etc. Pra quem tá precisando de tranquilidade e paz para o dia a melodia de Déa é uma boa escolha!
https://www.youtube.com/watch?v=jv0FhGMuXg4
Serena Assumpção
Esse álbum é de arrepiar! Serena desencarnou no início de 2016 e não chegou a lançar oficialmente suas novas composições que formam o álbum Ascensão (nome escolhido pelos búzios e adotado por ela). Lançado póstumo pelo selo SESC o álbum é uma verdadeira saudação aos Orixás!
https://www.youtube.com/watch?v=b_-HPVYSk9U
Alessandra Leão
Pra quem for dar uma olhada no repertório da pernambucana Alessandra Leão vai encontrar além de um sotaque e uma voz maravilhosa, algumas músicas que fazem referência aos nossos divinos orixás, um exemplo disso é a faixa ‘Doutrina e Toque de Iemanjá’ do álbum Pedra e Sal, 2014.
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Gente, essas são só algumas opções de produto cultural brasileiro atual que retratam Orixás, pontos de terreiro, cantos iorubás, batuque e toda nossa “misturança” de culturas, tradições e crenças existentes no país, isso não quer dizer que os cantores são umbandistas ou não.
Se você conhece mais cantores que fortalecem essa questão da musicalidade índio-afro-brasileira compartilhe nos comentários e vamos divulgar nossa cultura.
Texto:
Júlia Pereira
Imagem:
Retiradas da internet