Destacamos de início que dentro da religião de Umbanda não existe apenas uma forma de expressar sua fé e em razão disso nela não cabem dogmas e nem tudo pode ser visto como via de regra. Por isso o que trazemos aqui são conhecimentos fincados nos estudos de tutores da plataforma Umbanda EAD, de estudiosos das religiões, bem como a leitura dos livros citados.
Quem são os orixás na Umbanda?
Os orixás são as divindades de Deus. Mas, o que as divindades representam? Em uma definição do dicionário Michaelis online encontramos as seguintes descrições:
di. vin. da. de.
sf (latim divinitate) 1 qualidade do divino. 2 natureza divina. 3 essência divina.
Nesta classificação simplificada do que elas manifestam conseguimos começar a compreender o que as divindades de Deus (na Umbanda chamados de orixás) representam na fé de seus adeptos.
Se as divindades são a essência divina, elas também são o próprio Deus que para se fazer presente em diversos aspectos da vida se manifesta individualizado em diferentes formas de se relacionar.
Com isso dito, também chegamos em um ponto que o nosso texto busca contemplar, que os orixás não são humanos e sendo assim, também não podem ser os santos presentes na igreja católica, já que estes foram pessoas – em sua maioria mártires – que viveram na terra e depois do desencarne receberam o título de santos.
Mas então, qual a relação do umbandista com os santos católicos?
As divindades como a essência de Deus manifestam as qualidades individualizadas do Criador e é por isso que quando pedimos por justiça por exemplo, rezamos à Xangô.
A energia que advém dele é diferente dos outros orixás e suas vibrações trabalham no sentido do equilíbrio da vida, porém, todas essas vibrações têm origem na essência divina do criador, portanto são em si uma das “faces” de Deus.
O mesmo acontece em outras culturas e religiões que possuem diferentes representações para cada qualidade de Deus.
Por isso, a mesma divindade e/ou qualidade ao qual nós chamamos de Oxum vai se manifestar quando o católico ou o umbandista clama pelo amor que irradia de Deus. A benção pode ser solicitada em frente a uma imagem de Maria ou apenas diante de uma vela, mas a vibração sentida é a do amor que emana de Deus que para nós é Mamãe Oxum.
Entendemos Deus como único e presente em todas as manifestações de fé, porém, cada uma delas vai personificar essas manifestações de uma forma.
A razão pelo qual o Umbandista reza para o santo e para o orixá – a exemplo disso podemos citar o altar umbandista, os pontos cantados e até mesmo alguns mitos – é a herança de um sincretismo religioso presente também na origem da religião, que hoje já alcançou legitimidade e se tornou algo próprio da Umbanda devido a forte expressão que carrega.
“Oxum não é Maria, mas ambas têm as mesmas qualidades e convivem juntas e em harmonia. Sozinhas elas já ajudam, juntas ajudam muito mais.”
Umbanda e o Sentido da Vida, Alexandre Cumino, Ed. Madras
Já o sentido disso está na identificação que cada representação traz, se reza-se para São Jorge pedindo pela abertura de caminhos ou pela aplicação da Lei Maior a manifestação de Deus que tomará a frente é a mesma de quando o pedido é direcionado a Ogum e assim também acontece com outras divindades de outras crenças.
**Os trechos de vídeos contidos no texto fazem parte do curso Orixás na Umbanda da plataforma Umbanda EAD ministrado por Pai Alexandre Cumino, que é um aprofundamento em um dos módulos do curso Teologia de Umbanda que trata desse assunto.
Texto: Júlia Pereira
Imagem: Arquivo ICA
Fontes de Pesquisa:
Umbanda e o Sentido da Vida, Alexandre Cumino, Ed. Madras.
Deus, Deuses, Divindades e Anjos, Alexandre Cumino, Ed. Madras.
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