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O que é a mistificação na Umbanda?

Esse texto é o complemento da matéria >> O que é animismo na Umbanda?

Retomando alguns pontos, falamos sobre o conceito de animismo e como duas almas – médium e entidade – podem trabalhar em conjunto no momento do atendimento.

Para tanto, colocaremos alguns pontos que devemos nos atentar dentro desse fato.

Adivinhação

A incorporação tem como objetivo principal o trabalho espiritual realizado pela entidade em conjunto com o médium. Seu foco é promover limpezas, quebrar demandas, reestabelecer o equilíbrio, curar, abençoar, comunicar o que é necessário no momento e acima de tudo auxiliar o consulente a se autoconhecer e com isso ter o amor a si.

Nenhuma entidade vai se ater a assuntos peculiares, como por exemplo, onde tal pessoa está nesse momento? O médium “adivinho” pode acabar se perdendo na mensagem e ao invés de comunicar o que realmente importa a pessoa e que trará de fato uma melhora em sua vida, inicia um show de adivinhação que na maioria das vezes além de não “acertar” não soma em nada.

Pai Rodrigo Queiroz aborda esse assunto no estudo Mediunidade na Umbanda Toda vez que o médium incorporado ou não, quer adivinhar coisas, ele quer falar de coisas que não pertencem a ele e nem a espiritualidade, vai pisar na bola. Mas, ainda assim, se a intenção não é nociva, não é vaidosa, não é egoíca e coisas do tipo, ainda pode ser relevado.”

Mistificação

Chegamos a polêmica do tema: a “manifestação” que precisa ser vista com cautela dentro dos terreiros.

Durante o estudo sobre Mediunidade esse ponto é colocado pelo sacerdote como o comportamento da pessoa que movida pela ânsia de ajudar, acaba desenvolvendo um ‘mix’ de emoções embalados pelo subconsciente.

Ele fala também o que é importante avaliar: o que tem efetividade e traz benefícios e que a mistificação em si já é um outro precedente, mais profundo e complexo.

“Mistificação é a intenção de mentir; coisa que acontece com o zombeteiro, tem espírito que finge ser e tem pessoas que fingem ser. Se a intenção é de mentir, enganar, falsear.. isso sim, é mistificação.”

Pai Rodrigo Queiroz

Ele continua falando sobre isso, dando o exemplo de quando a pessoa “quer” incorporar um Preto Velho e começa a fingir que a entidade está incorporada, se manifestando como tal, mas, na verdade não é esse espírito que se faz presente. “Nesse momento, o erro já está instaurado e essa inspiração de mentir, é algo nocivo e tende a uma falta de caráter espiritual” completa.

Júlia Pereira

Acredito no poder da sabedoria ancestral da contação de histórias, como forma de cura, acolhimento e força. • Jornalista • Estrategista e Copywriter • Pós-graduada em Marketing, Branding e Growth • Estudante da EAD Ubuntu.

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