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Desmistificando o Ponto Riscado na Umbanda

Desmistificando o Ponto Riscado na Umbanda

O ponto riscado é uma das práticas mais poderosas e emblemáticas da Umbanda, capaz de conectar o mundo material ao espiritual de maneira profunda e significativa. Porém, apesar de sua importância, existem muitos mitos e desinformações que cercam essa prática, confundindo praticantes e iniciantes na religião.

Neste artigo, vamos explorar as nuances do ponto riscado, desmistificar alguns dos mitos mais comuns e refletir sobre os desafios enfrentados na construção de conhecimento dentro da Umbanda.

Pontos Riscados e cantados: ancorando o Sagrado

Na Umbanda, tanto o ponto riscado quanto o cantado desempenham um papel fundamental na comunicação com o sagrado. Quando falamos em ponto, estamos falando de uma reza – seja ela materializada, no caso do ponto riscado, ou vocalizada, no caso do ponto cantado.

Essas rezas são poderosas ferramentas que ativam as forças da natureza e nos conectam diretamente com o divino, firmando nossa energia e ancorando essa força mística em nossa prática diária.

O desafio da construção de repertório na Umbanda

Um dos grandes desafios enfrentados pelos praticantes da Umbanda é a construção de um repertório sólido de conhecimento. Em uma religião tão rica e diversa, onde faltam explicações coerentes e acessíveis, a busca por conhecimento pode ser uma jornada solitária e desafiadora.

A construção desse repertório é essencial para que o praticante possa navegar com segurança e confiança em sua jornada espiritual, evitando armadilhas como o autoritarismo e o personalismo que muitas vezes complicam o aprendizado.

A Torre de Babel na Umbanda: como navegar entre as diversas tradições

A Umbanda é uma religião plural, com múltiplas tradições e vertentes que, muitas vezes, podem parecer contraditórias. Essa pluralidade, embora rica, também cria um ambiente desafiador, onde diferentes grupos reivindicam sua própria versão da “verdade absoluta”.

Para quem está começando, isso pode ser confuso e intimidante. A chave é encontrar uma fonte de conhecimento que faça sentido para você e se aprofundar nela, construindo uma base sólida que permitirá explorar outras tradições com clareza e discernimento.

Desmistificando o Ponto Riscado: três grandes mitos

Vamos agora abordar três dos mitos mais comuns sobre o ponto riscado que, ao longo do tempo, têm criado barreiras e confusões entre os umbandistas.

Mito 1: “Só o guia pode riscar.”
Um dos mitos mais difundidos é a ideia de que apenas o guia espiritual pode riscar um ponto. Na verdade, com o devido aprendizado e a autorização apropriada, qualquer praticante pode realizar essa prática.

A limitação imposta por esse mito apenas serve para restringir a autonomia espiritual do praticante, impedindo-o de se empoderar em sua jornada.

Mito 2: “Riscar um ponto sem conhecimento pode atrair forças perigosas.”
Embora seja verdade que o conhecimento é essencial para a eficácia do ponto riscado, o pior que pode acontecer ao riscar um ponto sem preparo é que nada aconteça. O ponto riscado não é uma prática instável ou perigosa por si só; sua eficácia depende da intenção e do entendimento do praticante.

Portanto, não se deixe assustar por esse mito, mas busque o conhecimento necessário para realizar a prática com segurança.

Mito 3: “O ponto riscado é a identidade do guia e nunca muda.”
Outro equívoco comum é acreditar que o ponto riscado é uma espécie de “RG espiritual” do guia, que deve ser sempre o mesmo.

Na realidade, o ponto riscado é uma reza gráfica que pode variar conforme a necessidade e a intenção do trabalho espiritual. Um guia pode riscar diferentes pontos em diferentes ocasiões, e isso não afeta a validade ou a eficácia da prática.

Bônus: A quarta Mentira – “Só iniciados podem riscar pontos.”
Por fim, vamos desmistificar um quarto mito: a ideia de que apenas aqueles que passaram por uma iniciação específica, como a “mão-de-pemba”, têm o direito de riscar pontos.

Embora essa iniciação conceda uma certa autoridade, ela não é a única forma de adquirir a habilidade de riscar pontos. Com a instrução correta e a autorização necessária, qualquer praticante pode aprender a utilizar essa poderosa ferramenta em sua jornada espiritual.

O Poder do conhecimento e da prática na Umbanda

Desmistificar esses mitos é um passo importante para fortalecer sua prática espiritual na Umbanda. O ponto riscado, quando compreendido em sua totalidade, torna-se uma ferramenta poderosa de conexão com o sagrado, capaz de transformar vidas e realidades.

Invista em seu conhecimento, busque orientação e pratique com consciência e intenção. Somente assim, você poderá aproveitar plenamente as potencialidades que a Umbanda tem a oferecer.

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Rodrigo Queiroz

Filósofo, sacerdote de Umbanda, pesquisador da cultura afro-brasileira, fundador da plataforma Umbanda EAD e diretor da Instituição Ubuntu.

Copidesque: Matheus Gobbi

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