O Orixá tem ganho cada dia mais destaque no trabalho de artistas da atualidade
Na Umbanda Exu é Entidade. Espíritos que já encarnaram e trabalham sob a autoridade dos Orixás; eles atuam, intermediando a comunicação entre nós e o sagrado. Exu é potência, abertura de caminhos e vigor.
Apesar do simbolismo negativo que ronda sua figura, Exu compreende a fundo o ser humano, sendo um amigo cheio de inteligência e compreensão.
A intolerância das últimas décadas fez com que a classe artística, que se sempre foi de certa forma próxima às religiões de matriz africana, sentisse o desejo de posicionar e, por isso, podemos encontrar, atualmente, diversas manifestações de Exu por meio da arte – como as músicas.
Elas soam como cantos que de devoção da humanidade aos Orixás!
Exu na atualidade
Alguns exemplos recentes foram a gravação de Elza Soares, no disco Deus É Mulher, de 2018; além disso, o Exu também marcou presença no álbum Ascensão (2016), de Serena Assumpção, em uma faixa com participações de Karina Buhr, Luê e Zé Celso Martinez Correa. Foi também citado no disco chamado Metal Metal (2012), do Metá Metá e trouxe uma significativa inspiração para a canção Pra que me chamas, de Xenia França, música do álbum de estreia da cantora, Xenia (2017).
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Fio De Prumo (Padê Onã) – Criolo
“Laroyê Eleguá; Tomba o mal de joelhos, só levantando o Ogó; Dobra a força dos braços que eu vou só”
Exu está colocado a partir do significado primordial de deus dos caminhos (“abra caminho dos campos/ abra caminho tranquilo pra eu passar”), o que significa, em última instância, um retorno à tradição afro-brasileira por meio da criação artística
Exu – Jussara Marçal
Antigo e poderoso, o “Canto de Echú” foi lançado em janeiro 1931 pelos Filhos de Nagô, com direção de Felippe Nery da Conceição (Parlophon 13254-B). O fonograma integra o 78 rpm “Candomblé”, registro histórico de grande valor etnográfico, um dos primeiros discos comerciais brasileiros cantados em iorubá. Evitando adaptações na letra, ritmo e harmonia, prática muito comum neste período de nascimento da indústria fonográfica, o registro busca registrar com fidelidade a musicalidade dos rituais. O mesmo canto também foi documentado em Salvador entre 1941 e 1942 por Jean Melville e Frances Shapiro Herskovits, na gravação “Ketu for Eshu”, e lançado no álbum Afro-Bahian Religious Songs, disponível no acervo da Divisão de Música da Biblioteca do Congresso americano. O motivo Exu Tiriri também aparece em gravação realizada no Terreiro do Gantois na Bahia em 1961 por Salomão Scliar, dentro da série Documentos Folclóricos Brasileiros da Editora Xauã.
Em saudação a Entidade do princípio e dos caminhos, Juçara Marçal abre o disco citando também o canto “Imbarabô” e a banda segue girando o arranjo mântrico.
Exu (Domínio Público) Letieres Leite, arranjo e gan Gabi Guedes, atabaques Hercules Gomes, piano elétrico Marcos Paiva, contrabaixo acústico Sergio Machado.
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- Lembrando que existem centenas de músicas com saudações a Exu.
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TEXTO: PAULA SANTANA
EDIÇÃO DE IMAGEM: MARIA FERNANDA YAMAZATTO