Nesse 8 de Março o Blog vai falar sobre a história por trás da bandeira que o Dia Internacional da Mulher hasteia
A data “começa a ser criada” em meados de 1800 quando constantes reivindicações partidas do movimento operário feminino, sufragista (direito ao voto) e feminista emergiam na sociedade e faziam-se ver por entre os protestos e greves em prol de melhores condições de trabalho e vida da mulher.
Esses acontecimentos começam a vir à tona no mundo todo, mas ganham destaque nas manifestações promovidas na Europa e Estados Unidos onde as greves duravam mais de ano e chegavam a fechar as portas de fábricas da época.
Em Maio de 1908 celebra-se nos EUA o primeiro Dia Nacional da Mulher que visa comemorar o engajamento de 1500 mulheres na luta em prol da igualdade econômica e política no país.
Após isso e nesta mesma onda, o Partido Socialista dos EUA estipula o 28 de Fevereiro como a data oficial da comemoração e reúne mais de 3 mil pessoas em protesto que mais tarde se tornou a greve têxtil, na ocasião mais de 500 fábricas americanas foram fechadas.
Em 1910 a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca traz uma resolução aprovada por representantes de 17 países, onde estipula uma data anual para se destacar e promover as lutas femininas. Nessa época os ideias de empoderamento feminino começam a se intensificar e em 1911 um incêndio proveniente da má conservação do prédio e péssima condições de segurança, mata mais de 130 grevistas que se concentravam em uma fábrica tecelã em Nova Iorque.
Algumas versões do caso atribuem o incêndio aos donos da empresa e apontam que os grevistas (maioria mulheres) foram trancados no prédio que posteriormente foi ateado fogo. Independente das especulações o ocorrido é um marco nas investidas feministas da época e segue-se da eclosão de protestos no período da Primeira Guerra Mundial.
Esses acontecimentos ainda não tinham definido uma data oficial para a comemoração do dia da mulher e em 1917 surge então o 8 de Março em um protesto que reuniu 90 mil operárias contra o imperador da Rússia, Czar Nicolau II. Czar é acusado de negligenciar as más condições de trabalho e a fome de milhares na participação na primeira guerra. O protesto ficou conhecido como “Pão e Paz” e marcou a data em que comemora-se até hoje o Dia Internacional das Mulheres.
A data então não simboliza apenas um acontecimento ou pessoa, mas faz parte de um conjunto de reivindicações e lutas feministas que propunham e ainda propõe a igualdade de oportunidade entre homens e mulheres.
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Em 1977 a Organização das Nações Unidas – ONU reconhece o 8 de Março com a data símbolo desses ideais e passa a inserir em sua agenda de ações políticas, medidas de defesa e conquista de direitos à mulheres do mundo todo. Hoje a organização junto do Pacto Global também disseminam os 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres que visa a equidade de gênero no ambiente empresarial.
Portanto o 8 de Março nada tem a ver com as campanhas publicitárias que distribuem flores e trazem um ar romântico para a data. É um dia a se lembrar sim, pois a luta não acabou e muito tem a se fazer e conquistar quando falamos de direitos das mulheres, entretanto é preciso que se reconheça o valor político, histórico e social desta data.
É preciso também, que nos lembremos de todas mulheres que abdicaram de seus lares, família e vida para se erguer em prol do direito ao voto, a carreira, a participação ativa na política, a educação e tantas outras conquistas ao qual gozamos com naturalidade hoje e que se assim são é porque um dia milhares se levantaram para garanti-lo.
É preciso entender sobre igualdade, equidade e feminismo, como um movimento político histórico e social.
Texto:
Júlia Pereira
Fontes:
Imagem: Retirada da Internet