Para inserir a explicação sobre ao que se refere a terminologia: cultos de nação, precisamos entender a realidade anterior ao surgimento do Candomblé e o que também deu origem ao mesmo.
Para cada região um culto diferente
Pois bem, na África existiam grupos étnicos linguísticos ao qual os habitantes do continente dividiam-se. Cada região povoada por esses grupos suportava o culto à um Deus africano. Dentro dessa concepção entendemos os orixás, inquices e voduns como as principais categorias de divindades cultuadas em solo africano.
Com a vindas dos africanos escravizados para as Américas se configura por entre esses países – principalmente no Brasil – um novo formato de culto, que resgata os costumes, crenças e ritualísticas vividos do outro lado do Atlântico. Os orixás que na África pertenciam cada qual a uma região, por exemplo, Oxumaré é o orixá do antigo Reino de Daomé (que hoje corresponde a região do Benim), se relacionam em torno de um mesmo propósito: reviver os cultos reprimidos durante o processo de escravidão.
Recapitulando, para cada grande região ou nação existia um tipo de culto: inquices, voduns e orixás e para cada um desses cultos existia um grupo, tribo ou o que podemos chamar (como via de entendimento) de cidade que dedicava culto à um orixá, e assim acontecia com os voduns e inquices.
Candomblés
Dentro de tudo o que foi dito, destacamos a presença do grande grupo étnico linguístico nagô iorubá que é a maior nação abortada em solo brasileiro e ao qual presta-se o culto aos orixás. Essa nação configurou no Brasil o que entendemos como Candomblé Ketu ou Nação de Ketu. Nessa modalidade encontramos tambores tocados pelos aguidavis (varinhas) e a dança performática dos orixás que buscam retratar seus feitos descritos nos mitos.
Assim também se caracteriza o Candomblé de Angola que dedica culto aos inquices, seus tambores são tocados com as mãos e a dança é a muzenza (mais próxima ao chão).
“Você vai ter reunido o culto dos diversos Orixás nesse grande grupo no terreiro, nessa grande família de santo. Por isso se chama família de santo, cada um trouxe o seu culto, o seu orixá, e esses Deuses seram cultuados ali nesse mesmo espaço, nesse terreiro.”
Patricia Globo
Com isto posto concluímos que o termo Cultos de Nação refere-se (como a palavra mesmo sugere), ao culto dedicado aos deuses que cada grupo étnico e/ou nação vindos da África trouxeram para o Brasil.
Na configuração brasileira e dentro de cada uma dessas nações temos os mais variados modos de se cultuar esses deuses e as variações vão desde o Xangô Pernambucano, passando pelo Batuque, chegando ao Tambor de Mina e se extendendo por todos as formas de cultos que se estabeleceram aqui.
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Texto: Júlia Pereira
Imagem: Somaliland Sun
Fonte de Pesquisa: Curso Candomblé – Religião, Cultura e Tradição
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