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Xapanã é Obaluayê?

Mitos

Os mitos iorubás abordam em uma perspectiva africana aspectos da natureza, criação do mundo e dimensões da vida. Segundo o sociólogo e escritor do livro Mitologia dos Orixás, Reginaldo Prandi “os orixás são Deuses que receberam de Olodumare ou Olorum e em Cuba Olofim a incumbência de criar e governar o mundo”.

Dentro dessa vasta mitologia existe uma diversidade de nomes que estão associados a alguns orixás conhecidos na Umbanda, e é em torno do estudo e posteriormente transformação dessa tradição oral para texto escrito que alguns estudiosos focam suas pesquisas.

Nessa ambientação encontramos Lendas Africanas dos Orixás, do etnólogo e fotógrafo Pierre Fatumbi Verger e como hoje nos propomos a falar sobre Xapanã é em busca do seu significado e simbolismo que vamos explorar a literatura de Verger e Prandi.

De Xapanã a Obaluaê

“Xapanã nasceu em Empê, no território Tapá, também chamado de Nupê. Era um guerreiro terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo [..] Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam de peste” o mito descrito por Verger em Lendas Africanas dos Orixás reporta sobre a chegada de Xapanã ao território Mahi, em Daomé. Nele também é comentado sobre a saudação “Atotô“. Na lenda – temendo a ira de Xapanã – os habitantes da região prepararam oferendas e o reverenciam o guerreiro acabado de chegar encostando a testa no chão e dizendo: Totô hum! Totô hum! Atotô! “Respeito e Submissão”.

Já na literatura de Prandi encontramos um mito em que Xapanã abre um buraco na terra que tem como função libertar um rei de seus malfeitos, e assim ele restabelece sua saúde, curando-o da peste que o assolava. “Lá Xapanã foi chamado Obaluaê, o Senhor da Terra.”

Cada um dos mitos citados traz uma particularidade do Orixá Obaluaê relacionando-o com  o nome Xapanã, traz também um fragmento de uma tradição oral, um recorte dos costumes de um povo ..entre tantos outros sentidos.

Como já explanamos em textos anteriores, os mitos não possuem compromisso com a história ou com acontecimentos reais, mas propiciam – para quem se permite – interpretações e compreensão de simbolismos e mistérios presente nas religiões que bebem dessa fonte.

Para entender mais sobre esse assunto indicamos acesso a um texto aqui do blog. Explore: Qual o significado dos mitos dos orixás na Umbanda?

“Antigamente os orixás eram homens. Homens que se tornaram orixás por causa de seus poderes. Homens que se tornaram orixás por causa de suas sabedoria [..] E lendas foram transmitidas de geração em geração, para render-lhes homenagem.”

Lendas Africanas dos Orixás, Pierre F. Verger

Em alguns mitos Obaluaê aparece também como Sapatá ou Omolu e em todas essas designações carregam entre si características em comum. Em algumas regiões do país neste sábado é dia de comemorar Pai Obaluaê e nessa semana o Blog Umbanda EAD vai abordar sobre a atuação desse orixá, tal como, seu arquétipo, sincretismo, simbolismos e as diferenças com Omolu, segundo a Umbanda Sagrada. Acompanhe.


Texto: Júlia Pereira

Imagem: Caco Bressane (link para acesso)

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Júlia Pereira

Acredito no poder da sabedoria ancestral da contação de histórias, como forma de cura, acolhimento e força. • Jornalista • Estrategista e Copywriter • Pós-graduada em Marketing, Branding e Growth • Estudante da EAD Ubuntu.

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