Nesses tópicos enumeramos onze curiosidades sobre o uso das plantas de poder em rituais xamânicos.
1) Sintonize sua vibração com as plantas de poder
Para utilizar plantas de poder em cerimônias de tratamento e curas, como o chá de Ayahuasca. Os Xamãs obtém a autorização somente quando recebem um canto. Na Amazônia peruana esses cantos são chamados de ícaros e são eles que irão invocar os “poderes invisíveis” que facilitarão a cura.
2) “A fé é a visão das coisas que não se vêem” – Italo Calvino
As plantas de poder desencadeiam a ampliação da visão, de modo com que o Xamã consiga enxergar as entidades da floresta. Assim ele passa a ter contato direto com o mundo espiritual.
3) “Superpoder”
Alguns xamãs acreditam na ideia de que as plantas de poder ampliam a sua força física, dotando-os para a realização de algumas atividades. Subir uma montanha, caminhar por um longo trajeto e etc.
4) Sentir para crer
Legitimação do processo xamânico: pode ser observada quando uma pessoa precisa de uma “demonstração mais intensa” das práticas xamânicas.
Nesse contexto, o Xamã pode autorizar o consumo/uso dessas plantas pela pessoa que está em tratamento. Obs: esses são casos mais raros, complicados e de doenças mais fortes.
5) Qualquer pessoa pode fazer uso das plantas de poder?
O item anterior abre para uma asserção importante sobre o uso das plantas professoras. Tanto Ayahuasca, como o Peyote, a Jurema, dentre outras.. não são utilizadas por todos os praticantes. Somente os Xamãs que receberam o devido treinamento, utilizam essas plantas (enteógenas) para desenvolver suas práticas e promover a cura.
6) Ayahuasca é pop e o pop não poupa ninguém!
A popularização do uso dessas plantas nos centros urbanos, principalmente a Ayahuasca, não significa propriamente que o contato com os espíritos realmente ocorra. Para que isso aconteça é necessário o preparo xamânico, que só acontece com a vivência com os anciões de determinada comunidade.
7) Uso sagrado da folha de coca
A Erythroxylum coca, planta amplamente conhecida por conter alcaloides usados na produção de drogas como cocaína, mesclado e crack, é uma das plantas de poder mais conhecidas entre os povos andinos.
A Mama Coca como é chamada por esses povos, além de ser usada em práticas religiosas, promove um efeito estimulante que ajuda a amenizar a fadiga causada pelos efeitos da altitude.
O uso da folha em chás ou mesmo “mascadas” controla também sensações de sede, fome e frio.
Obs: o uso in natura da coca não produz os efeitos nocivos da versão que passou por processo de refinamento. Suas propriedades psicoativas são absorvidas lentamente através do sistema digestivo.
Veja também: 5 práticas Xamânicas no terreiro de Umbanda
8) Tradição é tradição!
Em alguns países da América do Sul, a produção controlada da folha de coca é autorizada, porém sua refinação é proibida. Em 2013 a Bolívia voltou a fazer parte da Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961, que foi modificada para incluir uma exceção que autoriza e reconhece a produção da folha de coca para a prática tradicional da mastigação.
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9) Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
A Cannabis Sativa é uma planta herbácea sagrada para algumas tribos indígenas. Os índios Huni Kuin por exemplo utilizam a Cannabis no contexto religioso e ritual, a qual atribuem ao shururumã – nome dado a planta por eles – o fenômeno da vidência.
10) Profanada e Difamada
Uma das versões sobre a origem da palavra maconha, diz sobre a junção entre as palavras má e cânhamo (caule da planta), que denota a expressão um sentido pejorativo do uso da Cannabis.
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11) 2 em 1
A Ayashuaca – ao contrário do que algumas pessoas concebem – é uma bebida feita pela junção de algumas plantas de poder. Não é um chá de uma planta apenas.
A mistura mais popular é a bebida feita com o cipó Jagube/Mariri ou Banisteriopsis Caapi e folhas da Chacrona ou Psicotria Viridis.
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A intenção do texto não é fazer apologia ao uso de nenhuma planta ou droga, apenas elucidar o significado que elas possuem dentro do trabalho xamânico de algumas comunidades tradicionais.
No texto foram dispostas algumas “curiosidades” sobre o assunto que são explicadas no estudo sobre Xamanismo Tradicional que integra a assinatura “Tradições” da plataforma Umbanda EAD.
No módulo também é falado sobre Salvia, Wachuma, Tabaco, Jurema. Bem como os aspectos dessas plantas (patológico, mental e emocional e espiritual).
Texto: Júlia Pereira
Imagem: Pixabay
Fontes de Pesquisa:
Departamento de Psicobiologia UNIFESP
Estudo Xamanismo Tradicional – Plataforma Umbanda EAD