Assim, como para cada vela se estende uma intenção, cada cultura se encarrega de agregar a ela um significado
História
Quando o homem ainda habitava as cavernas nasce o primeiro resquício do que viria se tornar a vela. Nas pinturas deixadas por essas populações foram encontrados desenhos que assemelhavam-se a recipientes que mantinham fogo aceso.
Dentro desses recipientes eram depositados gordura animal – em forma líquida – e fibras vegetais, como se fosse um pavio, que se encarregavam de manter a vela queimando.
Depois de sua descoberta, foram se aprimorando os métodos que iam desde as feitas com sebo de animais (cheiro não muito agradável) até as produzidas com cera de abelhas (aromáticas).
O fato do calor remeter a vida e o frio a morte, pode ter sido um dos motivos pelos quais as pessoas começaram a associar a vela ao poder de abençoar e afastar males de suas casas e vida.
Bom, isso é apenas uma especulação, mas que faz sentido quando se pensa no significado deste elemento dentro da Umbanda. A luz que emana energia ígnea da chama da vela, é a vida que se acende, se renova e se faz crer.
Vela na Umbanda
Reforçar, repetir e concretizar pedidos, bênçãos e agradecimentos ao astral. A simplicidade da parafina transpassada por um pedaço de barbante, ganha um significado memorioso unida aos pensamentos e intenções que foram mentalizadas.
Entretanto, como para tudo existe a face “negativa”, nesta prática também acontece de ter caminhos mal direcionados.
Ao que acendeu a vela é preciso que se tenha consciência, e que os seus pedidos sejam todos em prol de boas causas. Quando a energia da mente (pessoa que pede) se une a energia ígnea (advinda do fogo) elas trabalham para atender a razão pelo qual a vela foi acesa.
Se o pedido for pelo bem de alguém, o bem se tem, se pede por propósitos ruins também terá esse o retorno.
E pensando nisso, compreende-se que no momento em que elas retornam, respondendo ao pedido, voltam duplicadas pois, trazem consigo a energia a quem o pedido foi encaminhado.
Portanto, é necessário não apenas pedir por boas vibrações, mas também se concentrar no momento do pedido. Sentimentos pesados e distrações podem dificultar a obtenção da graça.
De uma maneira geral e mais popularizada essa é a forma com que a vela atua. A intenção é acionada pela energia mental e reforçada pela energia ígnea, chegando até o campo vibratório da entidade para quem se encaminhou o pedido, para depois retornar trazendo o pedido, (se ele tiver sido feito).
Umbanda Sagrada
Para essa vertente da fé o panteão dos Orixás são cultuados em sete linhas. O objetivo aqui não é impor qual é o certo o ou o errado, pois onde existe diferenças, estas devem ser respeitadas. Mas, na Umbanda Sagrada é comum aos adeptos acender velas que correspondem (de acordo com a cor) aos sete Orixás.
Algumas pessoas acendem uma vela por dia durante uma semana, completando no sétimo dia (término da semana) a comunhão entre as sete divindades. Pensando nisso, a Luzir, desenvolveu uma vela de sete dias que contém as cores dos setes Orixás distribuídos desta maneira:
Orixá: Oxalá (Fé)
Cor: Branco
Fator: Cristalina (congregador)
Orixá: Oxum (amor)
Cor: Rosa
Fator: Mineral (agregador)
Orixá: Oxóssi (conhecimento)
Cor: Verde
Fator: Vegetal (expansor)
Orixá: Xangô (justiça)
Cor: Vermelho
Fator: Ígnea (equilibradora)
Orixá: Ogum (lei)
Cor: Azul escuro
Fator: Eólica (ordenadora)
Orixá: Obaluaiê (evolução)
Cor: Roxo
Fator: Telúrico (evolutiva)
Orixá: Iemanjá (geração)
Cor: Azul
Fator: Aquática (geradora)
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Texto: Júlia Pereira
Imagem: Thaís Helena Queiroz e Pixabay