OS PRIMEIROS TERREIROS DE UMBANDA

Com Paz, Saúde e Felicidade, com a Humildade, o Amor e a Caridade sou e serei sempre o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas.

“Botarei no cume de cada montanha, que circula neles, uma trombeta tocando e anunciando a existência de uma tenda espírita, aonde o Preto e o Caboclo pudesse trabalhar”

Caboclo das Sete Encruzilhadas, 15 de Novembro de 1908

No dia seguinte (16 de novembro) era iniciado na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade os trabalhos práticos e caritativos, de cura espiritual e física configurados dentro do ritual de Umbanda.

Dez anos após sua fundação, o “guia chefe” da casa, Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas anuncia também a criação de mais 7 tendas que segundo o registro do livro História da Umbanda no Brasil vol I, de Diamanatino Trindade “seriam uma espécie de núcleos centrais, de onde se propagaria a Umbanda para todos os lados.”

Após isso, em uma das sessões da TENSP, a entidade escolhe parte dos médiuns que dirigiriam as futuras tendas.

“Criei a tenda de Oxalá, de Ogum, de Xangô, de Santa Bárbara, enfim criei as 7 tendas. Depois delas funcionarem, depois de tirar os médiuns desta tenda (tensp) para que eles pudessem trabalhar em outras tendas.. formadas essas tendas, vamos criar a Federação de Umbanda no Brasil”

Trecho de fala do Caboclo das Sete Encruzilhadas por ocasião do aniversário de 63 anos da Umbanda, disponibilizada no site da TENSP

Lista das 7  tendas anunciadas pelo caboclo e seus respectivos dirigentes:

Tenda Nossa Senhora da Guia | Direção José Meirelles e posteriormente Durval Vaz de Souza
Tenda Nossa Senhora da Conceição | Direção de Gabriela Dionysio Soares, cofundador Leal de Souza 
Tenda Nossa Senhora Santa Bárbara | Direção de João Aguiar Salgado
Tenda São Pedro | Direção José Meirelles
Tenda de Oxalá | Direção de Paulo Lavois
Tenda São Jorge | Direção de João Severino Ramos
Tenda São Jerônimo | Direção de José Álvares Pessoa

 

O livro de Diamantino discorre também sobre a organização dessas 7 tendas, explicando aos caçadores de conhecimento sobre o fênomeno da Umbanda como os templos originados da primeira casa de Umbanda se organizaram e assim, ganhavam força e simpatia da população.

Havia uma reunião mensal na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, exclusiva para os presidentes, seus auxiliares e médiuns pertencentes a estas tendas para a doutrinação, instrução e orientação dos trabalhos espirituais.

História da Umbanda no Brasil, vol I,  Diamanatino Trindade

A obra também explica que as sessões de descarga e de caridade eram feitas cada qual em sua tenda, reunindo-se todas elas, apenas uma sexta-feira ao mês na sede da TENSP.

Os arquivos da jornalista Lilia Ribeiro, também nos revela muito sobre a história da Umbanda, sendo a mesma, responsável pela coleta de entrevistas como as falas do Caboclo das Sete Encruzilhadas citadas neste texto.

Em um dos seus documentos, Lilia conta sobre a expansão da Umbanda pelo Brasil a fora “em São Paulo, fundaram-se, na capital, 23 Tendas, e 19 em Santos e sempre que o trabalho profissional permitia Zélio participava pessoalmente da sua instalação” relata a jornalista.

No mesmo arquivo, intitulado “As primeiras Sete Tendas de Umbanda” publicado no Jornal de Umbanda, Lilia também afirma que das sete tendas fundadas inicialmente, centenas de outras surgiram disseminando a doutrina de Amor e Fraternidade, muito conhecida através do Evangelho, mas raramente praticada.

Hoje na comemoração dos nossos 109 anos de história, vemos a afirmação do frei que se manifestava como índio e que tinha como intuito fundar uma nova religião se fazer verdade.

Anunciou-se a todos os cantos a notícia que uma religião que aceitava espíritos de negros ex-escravos e índios havia sido criada. Mais tarde, essa mesma religião conseguiria reunir milhões de pessoas em um culto feito à “Orixá mãe” no litoral paulista. Essa religião também chamaria atenção de estudiosos, ricos, pobres, intelectuais, humildes, doentes, saudáveis e até mesmo religiosos fervorosos em suas respectivas crenças, em torno de um ritual que tem como base o amor e prática da caridade.

Em uma concentração perfeita de espíritos que nos rodeiam nesse momento, que eles sintam a necessidade cada um de vocês e que ao saírem desse templo de caridade que vocês encontrem os caminhos abertos, os enfermos miorados e curados, e a saúde para sempre nas vossas matérias. Com Paz, Saúde e Felicidade, com a Humildade, o Amor e a Caridade sou e serei sempre o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Trecho de fala do Caboclo das Sete Encruzilhadas por ocasião do aniversário de 63 anos da Umbanda, disponibilizada no site da TENSP


 

Texto:

Júlia Pereira

 

Imagem:

TENSP

 

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Julia Pereira

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