Em homenagem ao 13 de Maio data de promulgação da Abolição da Escravatura no Brasil, adotou-se por entre os terreiros de Umbanda a comemoração da Festa de Preto Velhos.
Feijoada
O prato servido nas festividades de Preto Velho é a tradicional feijoada de feijão preto, considerada uma das comidas típicas dos país, a feijoada à brasileira tem sua história constantemente relacionada a vida nas senzalas no período escravagista do país.
Conta-se que a origem do prato acontece dentro das grandes fazendas agricultoras, onde os restos dos animais descartados da alimentação dos senhores (de engenho, de mina e de café) eram enviados à senzala. Mais tarde, acrescido de feijão e água esses miúdos se tornariam a icônica feijoada.
No entanto, estudiosos da culinária brasileira apontam que essa história não passa de um mito e uma visão romanceada das relações entre os senhores com a população escravizada. O autor do livro A formação da culinária Brasileira, Carlos Alberto Dória aponta que a ideia da feijoada como prato nacional seria consequência das ações dos modernistas para construir uma identidade nacional brasileira e que a partir desses esforços a comida já afamada se tornou um dos signos da brasilidade.
O que constata-se nas referências históricas sobre o cardápio dos escravos é a presença do famoso angu de fubá (sopa rala de água e fubá), da farinha de mandioca e do feijão com sal e gordura animal.
Comemoração na Umbanda
Na Umbanda tomamos para o rito, o simbolismo que a data e comida agregam. Tanto a abolição como a feijoada preta têm forte referência e apelo a influência da cultura negra no país.
O maior consenso dentro da Umbanda é a Festa de Pretos Velhos.
Pai Rodrigo Queiroz em preleção do dia 15/05/2017
Pai Rodrigo explica que a feijoada em homenagem a essa linha é para o Umbandista (em grau de importância) o que o católico tem por Santa Ceia e complementa dizendo que por excelência a feijoada dos anciãos da Umbanda é a maior comemoração genuinamente Umbandista, já que a Festa de Iemanjá por mais popular que seja é celebrada em dias diferentes dependendo da região do país e do sincretismo, e ainda não é uma festividade exclusiva da Umbanda como acontece com a feijoada.
Durante a preleção ele afirma que realiza a feijoada aos Pretos Velhos a 16 anos e que essa é a 13º edição realizada no ICA.
ICA
Fundado em 2004 o Instituto Cultural Aruanda é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos que atua nas áreas sociais como: Cultura e Educação, Bem Estar Social, Comunicação, Meio Ambiente e Religioso.
Suas várias frentes de atuação visam criar uma rede de ações benéficas, tendo a Umbanda como propulsora de todo benefício coletivo gerado.
O Instituto entende como missão o combate a todo tipo de Intolerância, Preconceito, Repressão e “ditaduras locais” geradas normalmente pela ignorância e a dificuldade de aceitação da diferença.
“Entendemos que se a segregação social e religiosa acontece pela “ignorância” então levaremos luz nas trevas da consciência. Pois só posso aceitar o diferente, o desconhecido quando passo a conhecer.”
Em 2012 o Templo-escola foi selecionado pelo programa “Redes Pontos de Cultura”, do Ministério da Cultura e desde então desenvolve atividades relacionadas a arte e a divulgação da cultura afro-brasileira junto da comunidade.
Em 2014 o terreiro foi premiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, pela realização das Festas Populares – Celebração aos Orixás, sendo considerado um promotor da valorização do patrimônio cultural imaterial da comunidade do entorno da casa.
Confira algumas fotos do evento:
Texto: Júlia Pereira
Fotos: Pedro Belluomini
Cursos com inscrições abertas pelo
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Tel (14) 3010-7777
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