Qua, 24 de Maio, 2016
Esta oferenda é feita em função do auxílio já recebido. Muitas vezes estamos envoltos em dificuldades de tal importância que nos ajoelhamos e ali, em nossa fé, invocamos Deus e algum dos seus mistérios ou divindades e pedimos-lhes que nos ajudem, que depois lhes ofertaremos algo em agradecimento. Uns fazem promessas; outros prometem uma oferenda na natureza; outros prometem dar algum auxílio aos necessitados, etc.
Quando são promessas, seu cumprimento é uma questão de foro íntimo e, após cumpri- las, as pessoas sentem-se melhor e em paz com Deus e com a divindade invocada. Quando são oferendas, a pessoa que as prometeu deverá fazê-las, pois também se sentirá melhor, e com a grata sensação do dever cumprido. Em ambos os casos, o não-cumprimento do que foi prometido acarretará cobranças conscientes que, a longo prazo, acarretarão transtornos a quem prometeu e não cumpriu.
Saibam que Deus e suas divindades são oniscientes e, por saberem as causas dos nossos desequilíbrios e das nossas dificuldades exigem de nós atitudes que nos reequilibrem e nos livrem das nossas dificuldades. Portanto, cumprir o que foi prometido não é dar ou fazer algo por Ele e elas, mas é fazermos algo para e por nós mesmos.
Deus e as divindades não comem, mas, ao lhes ofertarmos uma “ceia ritual” estamos compartilhando nosso sucesso e nossa vitória, atribuindo-lhes o apoio para que elas acontecessem. Ali, no momento de “comemoração”, estamos dizendo de forma simbólica que sem o seu auxílio e delas não teríamos tido sucesso; estamos agradecendo-lhes; e estamos dando prova de nossa fé em seus poderes, reverenciando-os com o que lhes prometemos.
Texto do Livro “Rituais de Umbanda”, Rubens Saraceni Ed. Madras
Imagem: Arquivo ICA
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