Qui, 5 de Maio, 2016
Na madrugada de terça-feira (3) a escultura da ialorixá Gildásia dos Santos foi alvo de vandalismo em Itapuã, bairro de Salvador. O monumento erguido em homenagem a dirigente do Ilê Axé Abassá de Ogum teve parte da placa de informações quebrada e as plantas ao redor arrancadas.
Mãe Gilda de Ogum
Gildásia dos Santos, foi a fundadora do Ilê Abassá de Ogum, terreiro de Candomblé criado em Salvador. Mãe Gilda, foi/é um ícone da religião que se destacou na luta por melhorias no bairro de Nova Brasília, em Itapuã e também pelo enfrentamento à intolerância. Protetora de sua casa e filhos, era uma grande mulher.
Mas, mesmo com incontáveis conquistas, como o registro de seu terreiro na Federação do Culto Afro no ano de 1988, Mãe Gilda foi abatida pela violência com que a intolerância religiosa ocorre.
A ialorixá faleceu em 21 de janeiro de 2000, vítima de um infarto fulminante resultado das frequentes agressões morais sofridas pela IURD. Em reconhecimento a causa e memória da mãe de santo, o governo institui em 2007 a data de sua morte como o Dia Nacional da luta contra a intolerância religiosa. Veja mais sobre em: Levante-se para o Enfrentamento!
Axé Abassá de Ogum
A atual dirigente do ilê e filha biológica de Mãe Gilda, Jacira Ribeiro dos Santos, desde a morte da mãe travou na justiça uma luta contra a Igreja Universal buscando indenização e retratação pública perante o caso. Saiba mais sobre o processo em: Caso Mãe Gilda
Em nota o Axé Abassá de Ogum publicou sua manifestação em relação ao ocorrido de terça-feira na rede social do templo “os nossos corpos, os nossos símbolos, as nossas memórias: todos sempre cercados de violência”. A publicação continua dizendo que Jaciara Ribeiro já havia se articulado em prol da proteção do monumento, mas que os trâmites burocráticos impediam o êxito do pedido. “E lá se foi 1 ano e 5 meses. E a depredação veio! Esperamos que a Polícia Civil, a Fundação Palmares, a Fundação Gregório de Matos, os a administração do Parque Metropolitano Abaeté e todas as instituições possíveis e dentro de suas atribuições tomem as providências cabíveis e necessárias à investigação desse ato e na prevenção de outros.”
Texto: Júlia Pereira
Imagem: Reprodução/Facebook
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