A intolerância religiosa no Brasil, no entanto, é um fenômeno que vai além das questões espirituais, inserindo-se em um contexto mais amplo de racismo estrutural e religioso. Portanto, este artigo explora essas interseções, convidando o leitor a refletir sobre os impactos dessa realidade nas comunidades afro-brasileiras.
Como autor e sacerdote da Umbanda, compartilho minha perspectiva sobre como essas dinâmicas afetam a sociedade. Além disso, apresento reflexões do meu novo livro, “Entidades da Umbanda“, que busca ressignificar práticas espirituais e promover respeito às tradições afro-brasileiras.
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Intolerância Religiosa x Racismo Religioso
O racismo religioso, como descrito na cartilha “Terreiros em Luta”, é “um conjunto de práticas violentas que expressam a discriminação e o ódio pelas religiões de matriz africana e seus adeptos, assim como pelos territórios sagrados, tradições e culturas afro-brasileiras” (CONECTAS). Essa visão ilustra como as religiões de matriz africana são alvos frequentes de perseguições históricas e contemporâneas.
Desde a criminalização de suas práticas no passado, quando eram tratadas como crime pelo Código Penal de 1890, até ataques atuais a terreiros, o preconceito se manifesta de formas diversas e preocupantes. Discutir esses episódios é essencial para compreender os mecanismos de resistência dessas comunidades.
Racismo Sistêmico: a exclusão das tradições afro-brasileiras
Em entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura), o Prof. Hélio Santos afirma que “o racismo que está na sociedade não tem outro antídoto senão políticas públicas”. Portanto, esse racismo sistêmico também impacta diretamente a intolerância religiosa, dificultando a existência e proteção de terreiros e outras expressões religiosas afro-indígenas.
Assista a entrevista completa com o Prof. Hélio Santos aqui
A marginalização dessas práticas reflete uma estrutura que oprime e invisibiliza elementos fundamentais da cultura afro-brasileira. Políticas de reconhecimento e proteção são indispensáveis para garantir a equidade e promover a justiça social.
Cultura como resistência: o papel da comunicação
A comunicação e a cultura são ferramentas potentes para resistir à intolerância. Muniz Sodré destaca a importância de valorizar a riqueza cultural das religiões afro-brasileiras, reconhecendo-as como parte essencial do patrimônio nacional.
Essa riqueza não se limita aos rituais, mas abrange saberes, narrativas e práticas que fortalecem identidades e estimulam o diálogo intercultural. Dessa forma, a comunicação se torna uma arena de resistência, permitindo a disseminação e a vivência dessas tradições.
Reconexão com a Espiritualidade Afro-Brasileira
Meu livro Entidades da Umbanda propõe um caminho para a reconexão espiritual e cultural. Além disso, busca aprofundar o entendimento sobre as entidades da Umbanda e seu papel na espiritualidade brasileira, ajudando adeptos e simpatizantes a reconhecerem a importância do respeito inter-religioso.
Além disso, convida o leitor a explorar as dimensões psicológicas e sociológicas das práticas espirituais, promovendo uma visão mais holística e inclusiva. Por fim, a intolerância religiosa e o racismo são desafios que demandam reflexão e ação coletiva.
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Este artigo é um chamado para que sejamos agentes de transformação, combatendo essas violências com conhecimento, diálogo e práticas espirituais que promovam a inclusão e a justiça. Valorizemos nossas raízes e entidades, fortalecendo a luta por uma sociedade mais respeitosa e equitativa, fundamentada nos saberes ancestrais e na vivência prática da Umbanda.
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