Firma a cabeça fio de Umbanda!
O significado de firma a cabeça nada mais é do que um pedido de concentração para o médium. Ele pode acontecer antes e durante o trabalho mediúnico. Essa concentração irá assegurar mais do que a incorporação em si, mas também a qualidade do trabalho desenvolvido.
Por isso o termo comum as entidades de Umbanda, na verdade é um alerta aos médiuns que não estabelecem as conexões necessárias para que aconteça a incorporação.
Muitas vezes a dificuldade de incorporar, o medo, incertezas e dúvidas são na verdade o resultado da sobreposição dos seus pensamentos sobre você. As influências negativas dessa condição não impactam somente no momento da incorporação. A falta de autocontrole sobre a sua mente é uma das causas de diversos males. A exemplo disso destacamos a depressão, ansiedade e a somatização de todos esses pensamentos em doenças no corpo físico.
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Conexão com o sagrado
Algumas pessoas defendem que realizar uma boa oferenda ao Guia ou ao Orixá ao qual pretende se incorporar, é a solução para firmar a cabeça. Nós contatamos que nada disso irá resolver, se o médium em questão estiver “desligado” do seu objetivo.
Existem práticas que você pode realizar durante o dia a fim de estabelecer a conexão com seus guias antes da gira. Algumas são realmente eficazes, mas nenhuma delas funciona de maneira mágica ou fantasiosa.
Imaginar focos de luz por exemplo, podem te ajudar na difícil (e simples) missão que é “se deixar levar”. Mas o que irá definir o nível de entrega e a qualidade da sua incorporação é a sua disciplina.
Sim, isso mesmo! É só por meio da disciplina com você e com seu próprio corpo, que é possível atingir um estado maior de plenitude, que facilita e pode melhorar a sua conexão com a espiritualidade.
Por isso, ao ir para o terreiro é preciso que você se desvencilhe dos problemas do seu dia-a-dia, se concentre nos seus próprios sentimentos e em tudo o que os seus sentidos sensoriais são capazes de perceber.
Pai Rodrigo Queiroz trata disso dizendo que além de respeitar o preceito, o médium que irá incorporar naquele dia, precisa já ao acordar entrar em contato com essa energia. “Acenda uma vela da linha de trabalho com a qual vocês vão se relacionar, reza ela e oferece para o seu caboclo, preto velho, exu, enfim a linha ao qual pretende-se criar a conexão, faz isso de manhã e também antes de ir para o terreiro, a segunda vez pode ser para o anjo da guarda ou para o guia mesmo” explica.
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Incorporar-se
Ele também introduz o conceito de ‘incorporar-se’ como o ponto crucial para ‘firma a cabeça‘. Ao incorporar-se de si o médium está antes de tudo se fazendo sentir, pois ao notar seu corpo e tudo o que passa pela sua cabeça (sem se questionar ou julgar, mas em um exercício de auto observância) ele estaria “vindo para dentro, conectando-se ao seu corpo e dando o primeiro o passo para a firmeza de cabeça que é o incorporar-se“.
A entidade é plena de si mesmo, mas e os médiuns? Se eles não se escutam, não sentem a si mesmo, o mundo a sua volta, não terão condições de realizar um trabalho mediúnico cem por cento. Agora, conectou-se com seu corpo, conectou-se com sua alma, então a entidade vem e ai é bem mais profundo.
Pai Rodrigo Queiroz
Desta forma o conceito de incorporar-se pretende explicar que o médium não tem condições de incorporar ou de dar lugar para uma segunda alma se manifestar, quando nem mesmo a sua, ele consegue perceber.
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Técnicas para firma a cabeça
Por isso, uma das práticas mais indicadas para quem quer firmar a cabeça é a meditação. Quando falamos de meditar não é ficar uma hora do seu dia fazendo o “Aum (ॐ)”. Dez minutos que se reserve para a prática de parar para respirar, se auto-observar e analisar seus pensamentos, já trará bons resultados para o momento da incorporação.
Com o tempo você pode ir aprimorando as técnicas e a duração da sua meditação.
Além disso, você pode também mentalizar durante o dia da gira o ambiente do terreiro, o seu cheiro, as pessoas, o congá, a música do atabaque dentre outros aspectos que remetem ao ambiente sagrado de manifestação de Guias e Orixás.
Desta forma você já estabelecerá uma ligação mental com a espiritualidade antes mesmo do rito acontecer.
Por essas e outras firmar a cabeça está mais para uma autodisciplina do que para qualquer outra coisa, na qual tentem imaginar. Se você quer saber, se o que dizemos aqui é verdade, apenas tente.
Acorde 15 minutos antes do habitual, se concentre, se permita sentir sua própria respiração, escutar o som do seu coração batendo, os seus órgãos internos trabalhando. Veja para onde sua mente está indo, observe seus pensamentos, acalme-se. Se preferir coloque um mantra ou sons da natureza para ouvir. Não durma e não deixe que as preocupações tomem o foco dos seus pensamentos.
Faça isso todos os dias e fique atento a mudanças, tal como a expansão na capacidade de concentração e no êxito em “deixar vir”.
Leia também: Mindfulness: da cura de doenças à incorporação na Umbanda
Uso de ervas
Aliado a isso o médium também pode realizar os banhos e defumações ritualísticos que auxiliam como higienizadores de mentais negativos, que podem estar aglutinados em seu perispírito. Utilizando as ervas de determinada entidade ou Orixá, este médium também já traz para o seu campo mediúnico a energia vegetal presente nessa estrutura espiritual.
Por isso, indicamos o uso das ervas correspondentes a vibração com a qual pretende-se trabalhar durante a gira 🙂
O entendimento sobre tipos de mediunidade, médium de terreiro e de mesa, chakras, fatores, sentidos da vida, Orixás, desenvolvimento mediúnico, trânsito entre reinos, naturezas e realidades. Você acessa no estudo Mediunidade na Umbanda, desenvolvido por Pai Rodrigo Queiroz.
Este é o primeiro estudo sobre mediunidade na Umbanda e foi criado com base na vivência como médium e sacerdote de Pai Rodrigo Queiroz. Nas assinaturas Umbanda EAD você pode ter acesso à esse e mais 8 estudos do sacerdote por 79,00 mensais.
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Texto
Júlia Pereira
Imagem
Arquivo ICA