Que Oxumarê nos dê novas formas de viver e amar!

Atuação

Deus emana de si o amor divino e esse amor é dividido em dois fatores: agregador e diluidor/renovador. O segundo fator, por natureza dual provém de Deus em uma onda que age diluindo o que precisa se dissipar (explicaremos melhor abaixo) e outra renovadora, que como o nome diz renova os sentidos no campo do amor e ainda os restabelece para uma nova concepção.

Esse fator dual, que está presente em todos os aspectos da nossa vida e sendo assim em todas as 7 linhas de Umbanda é Oxumaré, é ele quem prepara, podemos dizer, o “terreno” para Oxum.

Oxumaré diluí os sentimentos negativos do campo do amor, como o ciúmes, a ideia de posse sobre o outro e etc e em seguida renova e reagrupa tudo, para que, uma nova história se construa, possibilitando assim, que o amor se restabeleça de uma maneira saudável e positiva.

É dessa forma que magnetismo do Orixá retifica o ser que está precisando de amparo e favorece a atuação de mamãe Oxum. Oxumaré trabalha as questões afetivas de uma maneira geral, diluindo mágoas, ressentimentos e desilusões e promovendo um novo olhar para a vida.

Representação

As serpentes e o arco-íris são os símbolos mais marcantes do Orixá. Partindo para uma interpretação da origem desse simbolismo, encontramos uma divindade Jeje que dá nome a cidade de Daomé e que partilha de algumas particularidades com Oxumaré.

Existem várias indagações sobre a origem do culto à serpente de Dan, na obra O Livro dos Deuses Voduns, de Andreia Camargo encontramos a informação que o culto a Dan tem origem na província de Mahí, onde Dan é considerado o vodun da riqueza que “rasteja e se esconde na terra, mas que ascende ao céu na forma de arco-íris.”

Enfim, várias são as semelhanças entre essas divindades, outro ponto importante da obra é quando a autora explica sobre a saudação a Dan:

Sua louvação principal é A Hho bo boy = “Salve o Rei Cobra”

Hho = rei

bo boy = Dans, serpentes, cobras

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Já na Umbanda extrai-se da figura da serpente, o ciclo de sua vida em que ela realiza a troca de pele, sinalizando então uma das características do Orixá: a renovação. Já o arco-íris está ligado a representação do amor, da felicidade e da alegria que o Orixá carrega consigo.

“Quando você está feliz você vê tudo colorido. Graças a Oxumaré o mundo é colorido.”

Alexandre Cumino, curso Orixás na Umbanda

Quando é dito que Oxumaré é o Orixá que rege a homossexualidade, pode-se entender que ele rege em si as relações amorosas e nisso obviamente está incluso todas as relações  existentes, homoafetivas ou não. Oxumaré é a representação do amor em sua mais pura forma de se manifestar.. colorido, vibrante, forte, vivo, revitalizante e pleno. Amor nunca é vazio, nunca é cinza, não magoa e não oprimi.

Se o amor é o oposto do ódio e se Oxumaré é o amor, é dissipando esse ódio e reconstruindo o princípio da harmonia, da empatia, do afeto e do carinho que ele vai trabalhar.

Nesse sentido compreende-se também que Oxumaré é o amor celebrado nas relações sexuais. Alexandre Cumino pontua bem essa concepção não estudo Orixás na Umbanda:

“Celebrar o amor, a vida para que você se sinta bem, para que faça o outro se sentir bem..para a sua plenitude”

Sincretismo

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Oxumaré é sincretizado com São Bartolomeu e por isso em algumas regiões do país no 24 de Agosto, comemora-se o dia do Orixá. É possível observar que algumas imagens o santo aparece sendo metade serpente e metade homem.bartolomeu_002

Também observamos na imagem tradicional e que está ligada a sua história de vida onde narra-se que sacerdotes pagãos esfolaram-o vivo, a representação de um dos seus braços com a pele estirada, aludindo a troca de pele, pela qual a serpente passa.

Mitologia

As lendas iorubás contam que Oxumarê era um rapaz muito bonito que encantava a todos com sua aparência. Oxum mulher de Xangô era uma dessas pessoas deslumbradas pelo jovem. Essa apreço rendeu grandes conflitos entre os dois, que acabou ocasionando a morte de Oxumaré.

Todos lamentaram a perda do rapaz que cativava com sua beleza e então Olodumarê atendeu ao pedido de ajuda de Nanã. “Tão bonito era Oxumarê que o Senhor Supremo se condoeu e transformou Oxumarê no arco-íris. Oxumarê, o rei dos astros, ficou para sempre vivo lá no céu.”

 

 

 


Ebook 7 Dias com Orixás Cósmicos por Natalya Osowiec. Essas são algumas indicações de elementos que fazem parte do mistério de Pai Oxumarê, a vela ao centro da imagem deve ser substituída pela vela azul turquesa.

 

 

 Arroboboi Oxumaré!! Renove nossos sentimentos!! Dilua o veneno arraigado em nosso ser!! Nos traga nossas formas de viver o amor!

 

 


Texto

Júlia Pereira

Mito:

Mitologia dos Orixás, Reginaldo Prandi, Companhia das Letras

Fontes de Pesquisa:

Estudo Orixás na Umbanda, Alexandre Cumino

Livro Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, Rubens Saraceni

O Livro dos Deuses Voduns, de Andreia Camargo

Imagem:

Pinterest

 

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