AKIRÔ OBÁ YÊ Salve a Senhora da Terra!

À ela atribui-se a regência sobre a terra e em culturas mais antigas Obá é considerada a Mãe da Terra, do solo sagrado que dá origem ao vegetal e sustenta a vida terrena.
Mistério do Conhecimento

Fazendo par com Oxóssi na 3º linha de Umbanda Obá rege o mistério do conhecimento, onde sua característica é a concentradora do raciocínio dos seres. Por carregar essa particularidade como campo de atuação, ela pode irradiar tanto o magnetismo que concentra o ser em prol de um objetivo como absorver o mental de quem faz mal uso dessas capacidades.

Sua qualidade absorveradora se explica pelo fato de que Obá é uma Orixá cósmica e como tal está muito presente na vida de quem possui um comportamento desregrado ou desequilibrado e onde desempenha o papel de reparar, restaurar e retificar nossas ações negativas. Tanto cósmicos quanto universais agem em conjunto na busca de equilibrar – no mistério que atuam – nossos sentidos.

 

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Por isso dizemos que os Orixás quando fazem “par” nas 7 linhas de Umbanda, na verdade eles se complementam em seus mistérios e regências. Mãe Obá é evocada na vida daqueles que pedem por um foco na vida, pois o axé dessa Orixá está diretamente relacionado com a determinação, com os objetivos claros, a persistência e a firmeza nos projetos.

O negativo nesse sentido da vida pode ser a pessoa que ao invés de repassar o conhecimento conquistado ao longo da vida, faz deste, algo com que possa diminuir e ridicularizar outrem. Aos soberbos de intelecto, aos que empilham conhecimento, aos que ignoram a sabedoria que cada um tem para oferecer e aos mestres da arrogância, agraciam-se com a imantação de Obá, que age retirando-os o foco e retificando o ser nessa qualidade.

 

Conhecimento é uma coisa, sabedoria é outra. Muitas pessoas estudam, tem um monte de título, fazem um monte de cursos e usam isso para tentar dizer que é melhor que o outro. No momento que você acha que é o dono do conhecimento ou que ele é um negócio, você precisa de Obá.

Pai Alexandre Cumino em Estudo sobre Orixás na Umbanda

 

Obá por entre as culturas 

A Orixá que tem seu culto difundido com mais notoriedade no Candomblé do que na Umbanda, protagoniza um dos mitos mais difundidos na cultura oral nagô iorubá que chegou ao Brasil: o dia em que Obá corta uma de suas orelhas em uma disputa pelo amor de Xangô.

Conta a lenda que Oxum, Obá e Iansã eram as três esposas de Xangô.

Certo dia, Oxum resolveu cozinhar uma sopa ao esposo, despojando-se de suas qualidades no trato com os alimentos, fez um prato que arrebatou grandes elogios do marido.

Obá enciumada resolveu cozinhar uma sopa idêntica a de Oxum, porém o que ela não sabia era que Oxum tinha lhe pregado uma peça contando que o sucesso da sopa estava em um ingrediente especial. Oxum mentiu à Obá que tinha cortado suas orelhas e unido-as ao ensopado.

Obá crente de que iria agradar o companheiro, não pensou duas vezes e cortou suas orelhas para cozir a comida de Xangô. Ao se deparar com as orelhas da esposa no seu prato, Xangô ficou enojado e rejeitou a iguaria que Obá lhe preparara. Nesse momento Oxum tirou o turbante que lhe cobrira as orelhas e assim Obá descobre que foi enganada pela primeira esposa.

Os mitos se bem interpretados e conferido-lhes o devido valor são importantes para revelar arquétipos, mistérios atuantes, força do Orixá e etc. O mito acima por exemplo diz em parte sobre algo característico nas filhas de Obá. Na narrativa a Orixá é interpretada como alguém ciumenta e intrigante, e isso pode revelar particularidades das filhas de Obá quando estão negativadas nesse mistério.

As lendas ou mitos não aconteceram na linha do tempo, não são um fato histórico, isso é apenas para dizer que Obá cortaria a própria orelha para alcançar o seu objetivo, isso faz parte da sua característica.

Pai Alexandre Cumino em Orixás na Umbanda

Outras lendas contam sobre a característica guerreira de Obá e colocam-a em uma visão humanizada, como uma mulher mais velha, não anciã como Nanã Buruquê, mas também não jovial como Oxum e Iansã.

À ela atribui-se a regência sobre a terra e em culturas mais antigas Obá é considerada a Mãe da Terra, do solo sagrado que dá origem ao vegetal e sustenta a vida terrena.

Pai Alexandre Cumino fala sobre isso no estudo sobre Orixás na Umbanda da plataforma Umbanda EAD, dizendo que Obá partilha de sincretismo com divindades como Pachamama – Deusa inca encarregada de propiciar a fertilidade dos campos, Minerva – Deusa grega da inteligência, criatividade e sabedoria, dentre outras manifestações divinas que carregam o arquétipo da fertilidade do solo, da lavoura, da semeadura, da boa colheita dentre outros aspectos semelhantes.

 

Nós a saudamos como Akirô Obá Yê que quer dizer Salve o seu Conhecimento Senhora da Terra! Salve sua Terra Senhora do Conhecimento! Quando falamos dessa força que vem da terra, falamos de todo conhecimento que está aqui na terra, no mundo material, esse mundo palpável e esta mãe dá a sustentação desse mistério.

Pai Alexandre Cumino em Orixás na Umbanda

 

Sincretismo com Joana D’arc

Hoje os terreiros de Umbanda saúdam e reverenciam Mãe Obá e isso acontece em razão do sincretismo com a figura histórica da santa católica Joana d’Arc, que teria sido executada nesta data. A jovem protagonizou inúmeras batalhas travadas durante a Guerra dos Cem anos, onde sob seu comando operaram exércitos e inúmeras tropas francesas.

Joana d’Arc morre em 1431 e só após a quase 500 anos ela é canonizada pela Igreja.

A história da guerreira se inicia quando aos 13 anos de idade ela recebe do plano espiritual mensagens, que segundo ela mesma, seriam comunicações de santos. As mensagens diziam para que Joana entrasse para o exército a fim de ajudar na guerra que acontecia naquele momento. Com isso em mente Joana d’Arc decide cortar os cabelos, vestir-se de homem e após treinar incessantemente, ser aceita no exército francês.

A jovem era uma exímia combatente, tanto que sua execução teria sido motivada por constantes conspirações de líderes militares franceses, que acusaram-na de feitiçaria culminando na sua condenação à fogueira.

 

Obá é retratada com seu escudo e adaga empunhada trazendo a representação da mulher guerreira.. forte, combatente e focada em seus objetivos.

A cor da Orixá pode ser magenta ou marrom. Na Umbanda Sagrada seu Otá é a Jaspe de Madeira e ervas relacionadas ao seu mistério podem ser a menta, valeriana, buchinha do norte, peregun,tamarindo dentre outras.

Suas filhas geralmente são reservadas e optam por tudo o que é prático. Apreciam a vida doméstica e evitam lugares e confraternizações agitadas.

Mas tudo isso que colocamos aqui é só para vocês leitores, entenderem um pouco mais sobre os aspectos culturais e divinos dessa Orixá que é em si a individualização de Pai Olorum, a imanência Divina do Criador, o Trono regente do mistério do raciocínio, a 3º Linha de Umbanda e nossa Mãe Divina.. que irradia em nós a força da terra, a magia do nosso solo sagrado que faz crescer, brotar, criar e ainda sustenta tudo o que foi brotado.

 

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Texto:

Júlia Pereira

Imagem:

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