Preto Velho quem são esses espíritos?

A cura é física, é emocional, é espiritual, é da alma e da carne. Do espírito e do âmago do nosso ser...
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Arquétipo na Umbanda

É de conhecimento de todos que os espíritos que trabalham na seara Umbandista trazem em suas manifestações, os trejeitos, o linguajar, os ensinamentos e as impressões conhecidas e presentes na cultura brasileira. Esses “jeitos” ao qual as entidades se apresentam nós chamamos de arquétipos.

Dessa forma Caboclo é um arquétipo, Baiano é outro, Marinheiro é outro e assim em todas as linhas de trabalho.

As linhas irão manifestar durante o trabalho, as falanges de espíritos. As falanges entendemos os agrupamentos de espíritos. Pai João de Angola, por exemplo, é uma falange. Cada umas delas, representarão um arquétipo pertencente a um grau na escala evolutiva dos seres.

Os espíritos que trabalham sob a égide da Umbanda, se agrupam em campos de atuação afins. Assim, cada um tem uma “especialidade”. Todos aqueles que partilham dessa especialidade, se unem formando as falanges. Esse complexo de níveis evolutivos, graus e falanges constituem a “hierarquia de Umbanda”.

 

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Nem Preto, nem Velho

Por outro lado aos arquétipos, precisamos dizer que se um espírito manifesta determinado arquétipo, isso não necessariamente, quer dizer que ele foi esse tipo de pessoa quando encarnado.

Por isso, um Preto Velho pode ter sido em uma de suas encarnações um africano que passou pela escravidão em solo brasileiro. Contudo, isso não é uma regra. Na verdade essas são raras exceções.

Os arquétipos trazidos pelos guias durante a incorporação de Umbanda são um tipo de homenagem. É como se eles saudassem e reconhecessem nesses mestres espirituais a sabedoria de todos os povos que representam nossa nação. São em si a identidade brasileira.

[blockquote author=”Norberto Peixoto” link=”” target=”_blank”]O brasileiro ainda conserva desde o berço de sua raça a tendência fraterna e afetiva das três raças que cimentam a formação do seu temperamento e constituição psicológica. Do negro, ele herdou a resignação, a ingenuidade e a paciência.[/blockquote] 

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Por que Preto Velho?

Muitos assumem um mesmo título de identificação (nome) e a mesma estrutura de forma plasmada (aparência). No entanto, esses espíritos não respondem mais a raça, etnia, cor e particularidades de suas encarnações. Por isso se identificam por propósitos e intenções que têm em comum.

Na linha de Preto Velho, convivemos e aprendemos com o arquétipo do negro escravizado que superou as atrocidades de seus algozes. É como se esse sentimento de perdão, tivesse transcendido sua vida. Por isso, neste momento compartilha por meio da experiência mediúnica, virtudes como a humildade, simplicidade, caridade, calma, evolução, paciência…seriedade. Sentimentos que só um espírito de luz, carregado de amor tem para dividir.

A sabedoria e acolhimento característico do mistério dos Pretos Velhos, não é vivenciada tão profundamente nas outras linhas de trabalho. Esses são por excelência, o campo de atuação dos espíritos que trazem esse arquétipo.

Todos esses que vêm a linha de Umbanda são chamados de guias, não à toa. São em si a manifestação de um “pedacinho” de Deus, que corresponde a sabedoria, a sapiência divina. Por isso, tanto a aprender.

Estar na presença de nossos Pretos Velhos é estar em comunhão com a própria sabedoria de Pai Olorum. Podemos “conversar e tocar em Deus” por meio desses trabalhadores do astral.

É por isso que quando temos a oportunidade de conversar, tomar um passe ou incorporar essas entidades, estamos vivenciando e acrescentando às nossas vidas cada vez mais esses valores e virtudes.

Saímos do terreiro carregados desses ensinamentos. Cada vez mais aprendendo e evoluindo nesse aspecto de nossa vida.

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Cura

É comum na Umbanda a prática da benzedura pelos Pretos Velhos. Curas e rezas características de povos que em suas medicinas informais e tradicionais estavam carregados de bons sentimentos. Promoviam o tratamento de doenças físicas, bem como, as enfermidades espirituais de suas comunidades.

A cura é física, é emocional, é espiritual, é da alma e da carne. Do espírito e do âmago do nosso ser. Não importa como ela ocorra, se com um ramo de arruda ou com uma mironga de Pai Véio. Também não importa a ferida curada. O que nos vale são os sentimentos depositados e transmitidos por esses velhos anciãos em cada passe e conversa com nós encarnados.

Quem se lembra da primeira conversa com uma Vovó? E o abraço reconfortante de um Pai Preto? ou a sensação de limpeza no momento que a fumaça que sai do cachimbo toca nosso corpo e purifica nossa alma?

 

Ensinamentos

De acordo com Pai Alexandre Cumino, a Linha de Preto Velhos traz consigo uma bagagem cheia de reflexões e autoanálises que implicam em nossas relações e valores quanto aos credos e raças. Faz surgir depois dessa troca questionamentos sobre ‘o que são as nossas angústias?’ diante do sofrimento de quem já teve a humanidade roubada, restando apenas o título de mercadoria de outrem.

Pai Rodrigo Queiroz pontua sobre essas características no estudo Entidades de Umbanda e afirma:

[blockquote author=”Pai Rodrigo Queiroz” link=”” target=”_blank”]As linhas de trabalho estão baseadas no arquétipo do povo brasileiro, são grupos de espíritos, em uma história e graus de evolução semelhantes que se congregam pelo ideal vibratório e evolutivo da Umbanda Astral.[/blockquote]

Assim, existem terreiros que trabalham com a linha de marinheiros e outros não, como há terreiros que manifestam linhas diferentes do qual trabalhamos. O fato de uma determinada linha não se manifestar no terreiro que eu frequento, não significa que ela não exista, que nós não precisamos entende-la ou que elas até mesmo não estejam inseridas no ritual.

 

13 de Maio – Abolição da escravidão no Brasil

Hoje 13 de Maio, dia da abolição da escravatura comemora-se na maioria dos terreiros de Umbanda a manifestação da linhagem do espírito que se fez presente já na primeira gira de Umbanda.

Nesta aparição retirou-se da mesa justificando-se “nego num senta não meu sinhô, nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nego deve arespeita“. Coloca assim, em cheque valores morais, condutas sociais e até mesmo o racismo velado ainda muito presente no social brasileiro.

YAÔ MEU PAI!

SALVE O MISTÉRIO ANCIÃO DA UMBANDA!!

SALVE NOSSOS PAIS E MÃES PRETOS!!

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Texto:

Júlia Pereira

Imagem:

Retirada da internet

Julia Pereira

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