ORIGEM SAGRADA DO CACHIMBO

Dois lakotas andavam numa colina, até que viram uma mulher muito linda, vestida com peles brancas, trazendo nos ombros uma bolsa.

Seja na linha de Preto Velho, de Caboclo, Exu… sempre vemos dentro do terreiro uma entidade que faz o uso do cachimbo no atendimento. E essa história não é de hoje, na Umbanda ele surge junto da sua anunciação, quando Pai Antônio incorpora e diz “Minha cachimba, nego qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca“.

O evento aconteceu no dia seguinte da primeira manifestação de Umbanda por Zélio Fernandino de Moraes e marca o uso do primeiro elemento de trabalho na religião.

Entretanto, o cachimbo já existia e também já tinha como função servir como utensílio sagrado em outras culturas. Antes mesmo do europeu pisar em solo americano, nele já habitavam povos ameríndios que dispunham de suas crenças, formas de cura, sabedorias e modos de interpretar o mundo.

Em algumas tradições ele representa o sagrado feminino (depositário das ervas) e o masculino (tubo da fumaça) e ainda o mundo terrestre (folhas/ervas) e o celeste (fumaça).

Dentre essas várias interpretações do uso sagrado do cachimbo encontramos a lenda da mulher novilho búfalo branco, contada pela nação Lakota ou Sioux que vive ao Norte dos Estados Unidos e que mantêm essa lenda viva há aproximadamente 2.000 anos.

O site xamanismo.com.br disponibilizou parte da narrativa do livro “O Espírito Animal” que fala sobre a lenda da introdução do uso do cachimbo na tribo. Confira abaixo o texto:

A MULHER NOVILHO BÚFALO BRANCO É UM ÍCONE NA ESPIRITUALIDADE INDÍGENA NORTE-AMERICANA

Dois lakotas andavam numa colina, até que viram uma mulher muito linda, vestida com peles brancas, trazendo nos ombros uma bolsa.

Um dos homens teve pensamentos impuros e disse ao outro, mas, o outro lhe avisou que seguramente aquela era uma mulher sagrada.MBB_01

O homem com intenções impuras se aproximou da mulher, e nesse momento uma grande nuvem envolveu os dois. Quando a nuvem se dissipou a mulher estava em pé e do homem sobrou seu esqueleto e serpentes que o contornavam.

A mulher disse ao outro homem:

“Consideras aquilo que vês. Quem só vê a beleza física, jamais conhecerá a Beleza Divina.”

“Vá até seu chefe Chifre Oco Em Pé e diga-lhe que prepare uma tenda espaçosa para abrigar todo o seu povo e aguardar a minha chegada. Quero passar-lhes algo muito importante.”

O homem comunicou o acontecimento a Chifre Oco Em Pé, que prontamente mandou construir uma grande tenda.

Ao terminar a tenda e reunir o seu povo, a mulher misteriosa chegou. Ela aproximando-se tirou sua bolsa dos ombros, e, segurando com ambas as mãos entregou ao chefe dizendo:

“Olhe para esta bolsa e ame-a sempre. Ela é muito sagrada, e deves trata-la como tal. Dentro dela há um cachimbo sagrado para teu povo enviar suas vozes ao Grande Espírito, teu Pai e Avô.”

Essa mulher apresentou-se como Mulher Novilho Búfalo Branco. Ela explicou o procedimento ritual para o uso do cachimbo, e os sete ritos em que o cachimbo deve ser usado. No final, quando ia embora falou :

“Com este cachimbo, os seres de duas pernas aumentarão em número e a eles virá tudo o que é bom.”

Dando a volta pela cabana, na direção do movimento do Sol, ela foi embora, depois de caminhar por uma curta distância olhou para trás para o povo e sentou-se. Quando voltou a levantar, o povo se assombrou, pois ela se transformou em um novilho de búfalo vermelho e castanho. O novilho andou por uma pequena distância, deitou e rolou no chão, e quando levantou era um búfalo branco. O búfalo branco andou por uma pequena distância, deitou e rolou no chão, e quando se levantou, era um búfalo negro, que se afastou e desapareceu no alto de um morro.

Segundo Campbell, a mulher wakan (sagrada) é o aspecto feminino do búfalo cósmico. O Búfalo Cósmico é o símbolo do Universo em seu aspecto temporal, lunar, morrendo e ressuscitando sempre, e suas 28 costelas representam os ciclos da lua. Um símbolo de renovação. Ela mesma era o novilho vermelho, cor da Terra, idêntica a cor do fornilho do cachimbo, mas também a mãe, o búfalo branco; e a avó o negro.

Essa estória foi extraída do meu livro “O Espírito Animal” que é um resumo da versão de Black Elk (Alce Negro).

Uma forte simbologia para os participantes da cerimônia do cachimbo sagrado, é que quem o leva a boca, deve manter os seus pensamentos puros, limpos e com boas intenções.


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Texto: Júlia Pereira

Imagem: Natalya Osowiec 

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Julia Pereira

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