Rainha das ondas, sereia do mar… ?

31 de Dezembro, 15 de agosto, 8 de Dezembro, 2 de Fevereiro.. em cada região e em cada terreiro Iemanjá é comemorada de uma forma.

Hoje algumas casas saúdam o dia da Rainha do Mar, que por ser conhecida em seu aspecto maternal e gestativo, encontra formas de se fazer presente nas mais variadas culturas.

No 2 de Fevereiro a comemoração mais expressiva é a Festa do Rio Vermelho. A colônia localizada em Salvador-BA começa sua história com Iemanjá em 1923, quando um grupo de pescadores que sofriam com a escassez de peixes decidiu presentear a Rainha do Mar.

Nesta época a festa era feita em conjunto com a igreja católica, contando com a presença do pároco do bairro. Porém, 37 anos depois, um dos padres regentes se opôs as homenagens, afirmando que elas simbolizavam um equívoco da comunidade que beiravam a ignorância ao creditar à Deusa, seus ganhos.

Após isso, houve o rompimento dos pescadores com a Igreja Católica e a festa passou a ser exclusivamente voltada à Rainha das Águas salgadas e também à quem eles agradeciam anualmente pela pesca e a tranquilidade do mar.

Iemanjá e Maria

Na Umbanda a assimilação da Orixá com Maria (santa católica) tem origem na fundação da religião. Quando Zélio Fernandino incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas que anunciou o início de uma nova confissão de fé, ele também apresentou fortes características católicas, sendo que o mesmo Caboclo das Sete Encruzilhadas, foi em outra vida Frei Gabriel Malagrida.

Desde sua anunciação até o que se concebe hoje da religião, ela sincretiza com o catolicismo e também com outras manifestações de fé. Isso é evidenciado nos nomes que os templos que sucederam a anunciação ganharam, à exemplo: “Tenda Nossa Senhora da Conceição”, “Tenda Nossa Senhora da Guia”, “Tenda de  Nossa Senhora da Piedade” – dentre outras denominações – e no altar Umbandista que na maioria dos terreiros é composto por imagens de Orixás e de santos católicos.

Ver também10 COISAS QUE SÓ AS FILHAS DE IEMANJÁ IRÃO ENTENDER

O sacerdote Alexandre Cumino aborda essa questão no estudo Teologia de Umbanda – Jornada, inserindo a seguinte percepção “A cultura do branco, do negro e do vermelho se encontraram de forma particularizada em diferentes regiões deste continente. E assim chegou Maria ao Brasil, onde foi acolhida também pela religiosidade popular, associada e comparada com divindades e entidades do mundo mítico afro-índigena. Neste contexto também a Umbanda, nascida da miscigenação tão brasileira no seu jeito de ser. Fruto de mitos, ritos e os mais variados símbolos.”

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Iemanjá na Umbanda

Isso explica boa parte das várias faces que Iemanjá possui no Brasil, sendo comemorada de diversas formas, dias, nomes, preceitos e particularidades.

A importância da Orixá dentro da Umbanda é algo eminente, tanto que ela é a única divindade que possui uma imagem própria dentro da religião (os outros Orixás compartilham de imagens de outras vertentes).

Na Umbanda Iemanjá veste um longo vestido em tons azuis que se funde com as ondas do mar, de onde ela vem caminhando com as mãos espalmadas distribuindo pérolas pelo caminho, seus cabelos são negros e longos, sua pele é clara e a Rainha das Águas é uma mulher alta e de seios fartos.

Mas como dito, esse é um dos semblantes em que ela é reproduzida e independente das formas de se entender e sentir Iemanjá, hoje também é dia de saudar a Rainhas das águas.. O’doyá minha Mãe!

 

 

 

Texto:

Júlia Pereira

Imagem:

O que fazer na Bahia

 

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