Mindfulness: da cura de doenças à incorporação na Umbanda

A técnica 

O termo Mindfulness refere-se a algo como atenção plena ou consciência plena. Seu significado consiste na técnica – de origem asiática – de meditação voltada para a concentração e o direcionamento da nossa atenção e pensamentos para o presente. 

Sendo assim, o Mindfulness preocupa-se com a forma que preconizamos as nossas expectativas e relembramos experiências negativas passadas. Um exemplo claro disso é a depressão, o estresse e a ansiedade que são doenças causadas pelo esse excesso de pensamento, onde a pessoa afetada perde o controle sobre o que o se passa em sua mente e o cérebro passa a se sobrepor a seus sentimentos causando todo o tipo de males físicos e mentais.

A reportagem do mês de setembro do ano passado da revista Superinteressante traz o Mindfulness como matéria da capa, destacando sua  ascensão no meio científico e propondo algumas dicas iniciais para pratica-la no dia-a-dia como:

Inspirar e Expirar –

1.Sinta o peito dilatar e, em seguida expire pela boca.

2. Repita três vezes e então feche os olhos,voltando ao jeito natural de respirar.

3. Observe o movimento sutil de subida e descida provocado no corpo.

4. Se ajudar, apoie as mãos sobre a barriga, conte até dez e repita. Um ao inspirar, dois ao expirar, três aos inspirar e assim por diante.

5. Cada vez que a mente se distrair, recomece.

Em linha gerais a meditação praticada na vertente de Mindfulness, como o nome mesmo diz, consiste em concentrar-se no seu momento presente, dar a devida atenção ao seus movimentos básicos, a suas ações, aos afazeres cotidianos e tudo o que você realiza durante o dia.

Para quem não viveu essa experiência de “direcionamento da mente” pode considerar os exercícios citados pela revista irrelevantes ou até mesmo banais, mas o fato é que o mindfulness cresce cada vez mais e seus benefícios já são reconhecidos pela comunidade científica.

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Mindfulness hoje

A técnica que reúne influências de ensinamentos diversos e muito antigos tomou a “forma” como é conhecida e disseminada hoje por meio dos estudos do biólogo americano Jon Kabat-Zinn que após uma experiência com essa modalidade de meditar percebeu uma mudança drástica no trato com a vida.

Kabat-Zinn começa então relacionar essas práticas com a ciência e a partir disso cria uma clínica experimental onde passa a ensinar técnicas oriundas do budismo para pacientes com dores crônicas.

O professor de medicina também coloca a meditação da “mente alerta” como uma prática à parte do contexto religioso, sendo que para alguém realiza-la não é necessário que se converta ou que tenha algum conhecimento cultural ou religioso em nenhuma crença.

Como forma de organizar todo esse conhecimento Kabat-Zinn também escreve o livro “Wherever You Go, There You Are: Mindfulness Meditation in Everyday Life.” onde ele explana sobre todas as maneiras de praticar o mindfulness, seus objetivos e resultados.

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Capa livro Jon Kabat-Zinn

 

Mindfulness e Umbanda

Pai Alexandre Cumino citou a prática meditativa no LIVE do dia 22/12 (link no rodapé do texto) dizendo que o nosso cérebro fica revivendo um monte de lixo e “se não conseguimos parar de pensar então não temos também o livre arbítrio.”

Ele explica que nosso livre arbítrio vem da alma e que quando não conseguimos silenciar o cérebro não escutamos a voz da alma, mas sim a repetição de pensamentos pré-estabelecidos como moralismos, valores impostos, ofensas e tudo o que já está posto “se você não consegue refletir o que está na sua alma ou se você é ansioso e não consegue controlar a cabeça, não existe ai o livre-arbítrio”.

Pai Alexandre continua dizendo que isso também se aplica a Umbanda e que há como praticar a meditação mindfulness no contexto da religião em prol da prática de incorporação.

Quando você incorpora você fica perguntando Caboclo por que você vai fazer isso? Caboclo fale algo para esta pessoa porque ela está chorando, por favor! (..) É o que você faria ou é o que o Caboclo faria?

Portanto para que o guia seja ele mesmo e exerça também o seu livre arbítrio durante o trabalho é preciso que o médium silencie o cérebro e deixe apenas a sua alma se manifestar, porque o que está dentro do coração nem sempre condiz com o que nossos pensamentos nos impõe como regra.

O sacerdote dá o exemplo do médium que por motivos pessoais ou algum tipo de preconceito não se afeniza com um tipo de pessoa e acha que aquela é a pior pessoa do mundo, então se ele não silencia esses valores que carrega consigo ele também não deixa o livre arbítrio da entidade se apresentar.

“O caboclo tem o livre arbítrio de tratar bem alguém que você não quer tratar bem, porque nós somos ego e vaidade irmão (..) Esse cérebro precisa ficar em paz e tranquilo para apenas a sua alma falar”

Desautomatização por Osho

O homem ficou um pouco surpreso: “O quê? Você está brincando?”

“Não, não estou brincando. Mesmo quando brinco, não brinco. Sou muito sério.”

Então, ponha o cigarro na boca, com toda a atenção, e acenda-o. Curta cada ato, cada pequeno ato, e divida-o em muitos pequenos atos para que você possa tornar-se o mais alerta possível.

Dê a primeira tragada: Deus em forma de fumaça. Os hindus dizem, “Annam Brahm” – “Comida é Deus”. Por que não a fumaça? Tudo é Deus. Encha profundamente seus pulmões – isto é pranayam. Estou lhe dando uma nova ioga para um novo tempo! Depois, solte a fumaça, relaxe; dê outra tragada – e faça tudo bem devagar…

Se você puder fazer isso, ficará surpreso; logo verá toda a estupidez disso. Não porque os outros estão lhe dizendo que é estúpido, que é ruim. Você o verá; e não apenas intelectualmente, mas a partir de seu ser total; será uma visão da sua totalidade. E então, um dia, se o vício desaparecer, desapareceu; se continuar, continuou. Você não tem que se preocupar com isso.”

Depois de três meses, o homem voltou e disse: “Ele desapareceu!” “Agora, eu disse, tente isso com outras coisas também”.

Este é o segredo, o segredo: desautomatizar. Andando, ande devagar, atentamente. Olhando, olhe cuidadosamente e você verá que as árvores estão mais verdes do que nunca e as rosas estão mais rosas do que nunca. Escute! Alguém está falando, sussurrando: ouça atentamente. Quando você falar, fale atentamente.

Deixe que toda a sua atividade de despertar torne-se desautomatizada.

Osho, em “O Livro Orange”


Links úteis:

Vídeo Youtube: BBC Brasil: Meditação Mindfulness, Ciência e Saúde 

Edição 365 – Superinteressante

LIVE – Pai Alexandre Cumino (min. 26 fala um pouco sobre a técnica)

Meditação guiada disponível no youtube: Meditação Mindfulness: Aceitando Pensamentos e Sentimentos

Texto: Júlia Pereira

Imagem: Arquivo Umbanda EAD

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Julia Pereira

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