Vinha caminhando a pé, para ver se encontrava pombagira cigana de fé..

Orixá e Entidade

Pai Rubens Saraceni traz o conceito de Pombagira como um Trono de Deus e desta forma conceitua-a como Orixá, essa força é responsável pela regência e amparo da Linha das Senhoras Pombagiras – espíritos manifestados no terreiro que carregam esse arquétipo. Veja mais em: O empoderamento feminino na figura de Pombagira

Pai Alexandre Cumino trata sobre esse conceito no curso Pomba Gira e Exu Mirim pontuando “estas são as guardiãs maiores, regentes planetárias, tronos intermediários do mistério Pombagira para os 7 Sentidos e para os 14 Orixás, são seres mentais e consciências planetárias.”

Sendo assim, a Orixá Maior Pombagira se desdobra em divindades “menores” e se distribuem nas guardiãs dos 7 sentidos da vida (cristalina, mineral, vegetal, ígnea, eólica, telúrica e aquática) e nas guardiãs pertencentes aos mistérios dos 14 Orixás (Oxalá, Logunã, Oxum, Oxumaré, Oxóssi, Obá, Xangô, Iansã, Ogum, Egunitá, Obaluaê, Nanã, Iemanjá e Omolu).

Nessa ordem seguem-se as guardiãs Pombagiras presentes nos terreiros por meio da incorporação e que se manifestam mais categoricamente no meio umbandista.

Para cada nome um significado..

A partir do entendimento da hierarquia citada, conseguimos começar a compreender a interpretação dos nomes dados as entidades que trabalham durante a gira e assim decifrar a manifestação de Pombagira Cigana que faz parte das guardiãs da esquerda da Linha das Ciganas.

No livro “Os Ciganos na Umbanda” (Alberto Marsicano e Lurdes de Campos Vieira, Ed. Madras) é comentado “Há nomes simbólicos reveladores, como Exu Cigano dos Caminhos (irradiação de Ogum – o senhor dos Caminhos) e nomes ocultados, como, por exemplo, Cigano Artêmio.”

No livro também é dito que cada nome simboliza um campo de ação da entidade, que estará ligado a um Trono e um MistérioOs nomes coletivos que se fundamentam no simbolismo significam um Mistério da Umbanda Sagrada, sendo, portanto, muito mais do que um simples nome.” (Alberto Marsicano e Lurdes de Campos Vieira, Os Ciganos na Umbanda, Ed. Madras)

Extraindo do curso Pombagira e Exu Mirim, ministrado e desenvolvido por Alexandre Cumino destacamos como forma de exemplificar a interpretação desses nomes um trecho do texto que compõe o material de apoio:

Pomba Gira Maria Mulambo. Para a interpretação de seu nome, conforme encontramos no título “As Sete Linhas de Umbanda” (Rubens Saraceni, Ed. Madras), temos: Maria = Oxum, Mulambo = pessoa mal vestida, de aparência deprimente e miserável. Ela é uma Pombagira de Oxum, atuando na irradiação de Omulu, atuando sobre os espíritos degradados ou que perderam seus bens divinos (amor, fé, conhecimento, etc.) os abandonados da vida que estão no campo da morte.”

Sendo assim cada nomeclatura é associada a um significado que pode revelar a atuação, personalidade, tipo de trabalho, os elementos, o trono, o orixá que a rege, as irradiações.. dentre outras características.

E tudo isso vai depender do estudo e conhecimento do médium para a interpretar esses fundamentos. Tanto no curso, como no livro supracitados vocês podem encontrar uma lista com nomes e palavras e o que elas exprimem sobre a existência daquela entidade.

No livro há também uma tabela com algumas informações sobre isso.

Trecho da tabela  Guia: Pombagira Rainha Cigana. Personalidade: doutrinadora, religiosa. Tipo de trabalho: energizador, tranquilizador. Forma de incorporação: dança suave. Elementos: cristais, velas, rosas e fitas brancas, água. Local de Oferenda: campos. Orixá: Oxalá. Trono: Fé.


Estética Pombajira Cigana 

As ciganas incorporadas na esquerda destacam-se por sua exuberante e sofisticada estética. A coluna ereta, a sensualidade, a elegância e o porte nobre e solene das dançarinas andaluzes de flamenco pontificam sua forte relação com a estética pombajira cigana.

Nada é arbitrário na esquerda; o leque de Pombajira cigana afasta os mulos seu bracelete com guizos emana vibrações terapêuticas e benéficas e o balouçar de sua saia dispersa energias densas.

Pombajira cigana recebeu de Ifá o dom da vivência do destino. Passado, presente e futuro entrelaçam-se em seu garfo dourado.

(Alberto Marsicano e Lurdes de Campos Vieira, Os Ciganos na Umbanda, pág. 74, Ed. Madras)


Texto: Júlia Pereira

Imagem:  Arquivo ICA

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