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A Macumba

Sáb, 9 de Abril, 2016

A macumba se distingue e caracteriza pelo uso de batuques, tambores e alguns instrumentos originários da África.

Essa música, bizarra em sua irregularidade soturna, não representa um acessório de barulho inútil, pois exerce positiva influência nos trabalhos, acelerando com as suas vibrações, os lances fluídicos.

As reuniões não comportam limitações, até o alvorecer. São dirigidas sempre por um espírito, invariavelmente obedecido sem tergiversações¹, porque está habituado a punir os recalcitrantes com implacável rigor. É, de ordinário, o espírito de um africano, porém também os há de caboclos. Os métodos, seja qual for a entidade dirigente, são os mesmos, porque o caboclo aprendeu com o africano.

Os médiuns que ajudam o aparelho receptor do guia da reunião, às vezes, teme receber as entidades auxiliares. Aquele ordena-lhes que fiquem de joelhos, dá-lhes um copo de vinho, porém com mais frequência, puxa-lhes, com uma palmatória de cinco buracos, dois alentados bolos.

Depois da incorporação, manda queimar-lhes pólvora nas mãos, que se tornam incombustíveis quando o espírito toma posse integral do organismo do médium.

Conhecendo essa prova e seus resultados quando a incorporação é incompleta, apassivam-se os aparelhos humanos, entregando-lhes por inteiro aqueles que devem utilizá-los.

Os trabalhos que, segundo os objetivos, participam da magia, ora impressionam pela singularidade, ora assustam pela violência, surpreendem pela beleza. Obrigam a meditação, forçam ao estudo, e foi estudando-os que cheguei a outra margem do espiritismo.

¹Tergiversar
Usar de evasivas, rodeios ou subterfúgios; inventar desculpas ou pretextos; procurar maneira de se escapar; hesitar. Disponível em: Dicionário Michaelis On line

Esse texto faz parte do 15º capítulo do livro O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda,  e é considerado um dos primeiros registros oficiais sobre Umbanda. A obra é de Antônio Eliezer Leal de Souza, e você pode encontrar um pouco sobre a história desse autor aqui no Blog do Umbanda EAD, acessando o texto >> Quem foi a primeira pessoa a escrever sobre Umbanda? clique no link e entenda a contribuição de Leal de Souza para o estudo e a literatura da religião.

Diamantino Trindade descreve a obra como “essencial para aqueles que desejam compreender a trajetória do movimento umbandista no Brasil”. O livro encontra-se disponível para compra no www.terramystica.com.br

Imagem: Pixabay

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Júlia Pereira

Acredito no poder da sabedoria ancestral da contação de histórias, como forma de cura, acolhimento e força. • Jornalista • Estrategista e Copywriter • Pós-graduada em Marketing, Branding e Growth • Estudante da EAD Ubuntu.

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