O que é Carma?

Sáb, 5 Mar, 2016
Xangô e o sentido da Justiça

Para começar a explanação sobre o Karma e seus sentidos, precisamos primeiro perceber a Justiça Divina e como Xangô – orixá desse trono – sustenta todos os aspectos da vida a partir do equilíbrio, razão e juízo divino.

O Orixá da Justiça, age sobre todos nós sem que precise de nossa autorização. Isso quer dizer que as irradiações de Xangô nos influenciam constantemente, a fim de proporcionar o sentido da justiça.

Quando pedimos pela presença de Xangô então, estamos pedindo pela justiça e ordem aos seres que se encontram em desequilíbrio. Deste modo, as irradiações vindas do Orixá são responsáveis por anular demandas cármicas, magias negras, fazendo com que se reestabeleça a paz e harmonia na vida da pessoa atingida por esses males.

Sendo assim, Xangô esta intimamente ligado a nossa consciência. Consciência essa que vai trabalhar junto da Justiça Divina. Mas, como? Bem, a Justiça se impõe desta maneira: se você faz algo de ruim, atraí para si aspectos negativos, e assim também acontece se você fizer o bem.

E a consciência trabalha exatamente isso, uma pessoa que age pelo mal, não terá paz. Alexandre Cumino aponta isso, “uma pessoa injustiça, interesseira, que não se preocupa em prejudicar o próximo, que não tem ética, essa pessoa também não tem amigos. Uma pessoa que não é digna de confiança porque age com injustiça, essa pessoa também não tem em quem confiar e acaba seus dias sozinha.

Ele ainda continua dizendo que alguém que acende uma vela para fazer mal a outrem, e que alguém que realiza um trabalho de amarração para o amor serão pessoas sem paz, tranquilidade e que o segundo será sempre alguém imatura, insegura e instável emocionalmente.

Esses sentimentos em desequilíbrio trazem a tona problemas mentais, racionais e até físicos, debilitando a saúde e bem-estar da pessoa.

Conceito de Carma

Com base na explicação acima, já entendemos que a Justiça Divina age sobre nós como o retorno de todas as nossas ações.

Carma (sânsc Karma) Rel. Segundo o hinduísmo e o budismo, lei de causa e efeito, que opera tanto no plano físico como no moral.

Definição da palavra Carma, segundo o dicionário on line Michaelis.

O carma então, pode ser entendido dessa forma também, pois ele faz parte da Lei do Retorno, em que a uma ação sempre há uma reação que se equivale a ela. Ou seja, nós plantamos o que bem entendemos mas, a colheita sempre vem.

Rubens Saraceni define no livro Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada o carma como a resultante de procedimento errôneo no trato dos sentimentos íntimos, pessoais e alheios. E completa, “Resgatar um karma não é sofrer, mas sim aprender a lidar com sentimentos, reequilibrar-se emocionalmente, reparar débitos com fé, amor e caridade

E é dentro disso, que é necessário entender, que não se faz justiça com as próprias mãos, bem como ninguém que pratica o mal passará desapercebido pela Justiça Divina.

Todos essas ações retornam como na dinâmica de um bumerangue. Mas, a Justiça Divina acontece de várias formas, e ninguém precisa estar fadado a esse carma para o resto de sua existência.

Diferença entre Carma e Pecado

No curso Teologia de Umbanda, Pai Alexandre Cumino pontua essa questão claramente, explicando que “karma” não deve ser confundido com “pecado-católico” e fala disso conceituando o pecado como o ato de “ofender a Deus” e o carma – em seu sentido negativo – como um erro humano, em que estamos diante de Deus como crianças diante do pai. “Deus nos olha e vê que faz parte do processo de aprendizado. Nenhum de nós é perfeito, nós não somos seres iluminados, somos pessoas comuns. Então, o karma é uma coisa natural, que pode ser queimado, purificado e esgotado” descreve.

E nessa perspectiva ele também fala que o carma não é apenas resultado de uma ação negativa, mas de um ser que está negativo e que quando deixa essa condição, se torna positivo e aquele carma desaparece.

Representações na arte

Uma produção que traz aspectos católicos, (onde é perceptível a figura do céu, inferno e purgatório) mas que pode ser analisada em uma outra perspectiva e elucida esse tipo de situação é o Auto da Compadecida, filme inspirado em uma peça teatral – com o mesmo nome – de Ariano Suassuna.

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Cena do filme Auto da Compadecida

Na obra o personagem João Grilo, apesar de ter desenvolvido durante a vida ações que não o beneficiaram, obtém o perdão, e volta a vida para se “redimir”.

Pensando no Lei do Retorno ou no Carma, aplicamos a cena do filme: a Justiça – do que representava o divino – optou por mandá-lo de volta a vida ao invés de entregá-lo ao inferno (que é o que esperavam as outras pessoas do purgatório), a fim de que esse tivesse outra chance de evoluir e transcender.

Então, a cena representa o “pagamento de dívidas” pelo qual João Grilo ainda precisava passar. Nada fica impune perante a Lei Maior, no entanto, cada um tem a chance de se reencontrar, e retomar o equilíbrio perdido em outras encarnações, de modo que essa experiência ruim lhe traga entendimento sobre a vida.

Texto: Júlia Pereira 

Imagem: Pixabay

 

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Julia Pereira

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