Morte de Gisele Cossard (Omindarewá) e rito do Axexê

Seg, 15 de Fev, 2016

Morreu no dia 22 de Janeiro, a Mãe de Santo Gisele Cossard

Omindarewá, como era conhecida, é uma importante figura dentro do Candomblé. Importante, não só pelo grande trabalho espiritual que exercia, mas também pelo título de primeira Mãe de Santo francesa, visto que um cargo com essa hierarquia a um francês, só havia sido concedido anteriormente a Pierre Verger (antropólogo, fotógrafo, etnólogo, pesquisador e sacerdote). Verger, também foi um de seus incentivadores na busca pelo saber religioso e pelo estudo no campo da religiosidade afro-brasileira.

Ver mais: Gisele Cossard, a Mãe de Santo francesa

Segundo informações da Folha de São Paulo, o axexê (rito funerário) irá acontecer durante 7 dias, em seu terreiro, o Ilê Asé Iya Atara Magba situado em Duque de Caxias-RJ, e vai começar a partir do dia 29 de Fevereiro. Gisele, deixou dois filhos biológicos e mais de 300 de santo. Segundo a página do terreiro no facebook, o sepultamento ocorreu no dia 23/01, no cemitério da Ordem Terceira da Penitenciária, às 16 horas.

Axexê no Candomblé

O rito acontece quando alguém importante do terreiro vem a falecer. A ekedi e profa. Patricia Globo, exemplifica esse rito no curso Candomblé – Religião, Cultura e Tradição, expondo um dos mitos do livro Mitologia do Orixás, de Reginaldo Prandi.

“Mas um dia a morte levou Odulecê, deixando Oiá muito triste. A jovem pensou numa forma de homenagear o seu pai adotivo. Reuniu todos os instrumentos de caça de Odulecê e enrolou-os num pano. Também preparou todas as iguarias que ele tanto gostava de saborear. Dançou e cantou por sete dias, espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto, fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores da terra.”

Trecho do mito “Oiá inventa o rito funerário do axexê”

Ela também diz, que o mito retrata boa parte do ritual de despedida de alguém que faleceu e que fazia parte da família de santo. “É o único ritual no Candomblé que não se toca tambores, apenas cabaças. Ele envolve a ideia de desfazer as coisas que eram da pessoa, o Ibá Ori. O Ori é tão importante que ele tem um assentamento, uma quartinha para ele. Então trata-se de se desfazer das coisas que eram da pessoa. Umas serão despachadas, outras permanecerão. Mas, celebrar, é uma celebração” explica Patricia.

Ela também comenta sobre o uso do branco no ritual (o branco remete a criação no Candomblé). “A pessoa morreu, mas a ancestralidade está sendo criada” afirma a Ekedi. Mais detalhes sobre esse e outros ritos presentes no Candomblé, você aprende no curso Candomblé – Religião, Cultura e Tradição (link temporário). CLIQUE AQUI e assista a entrevista com a Ekedi e Profa. Patricia Globo ao UEAD Entrevista.

**Curso com inscrições prorrogadas até 22/02/2016.

Texto: Júlia Pereira

Foto: Reprodução/Facebook

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Julia Pereira

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