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Para cada momento da gira, um ponto a tocar..

Os pontos que embalam as giras de Umbanda e mantêm a vibração energética dos trabalhos são função da Curimba do terreiro. A maioria das casas trabalham com 3 atabaques denominados rum, rumpi e lê, mas isso pode variar, inclusive existem casas que não adotam o atabaque nos trabalhos espirituais.

Para que a sintonia seja perfeita os Ogãs devem estar de acordo com o jeito de tocar e cantar de cada um, por exemplo, pode ocorrer de um ou dois sustentarem o toque enquanto outro está experimentando outros tipos de variações, para que isso ocorra perfeitamente é necessário sempre harmonia e sintonia entre eles.

Outro fator importante para o conjunto musical é a classificação dos pontos. Sim, para cada momento da gira existe um tipo de ponto. O motivo disso acontecer é o fato de que os pontos que são cantados e tocados pelos Ogãs são uma forma de oração, de comunicação e de saudação as entidades e Orixás.

Sendo assim ele se classifica de acordo com a comunicação que irá ser estabelecida naquele momento. Veja abaixo a classificação dos pontos de acordo com o livro ABC do Ogã, de Severino Sena.

Classificação dos pontos

Ponto de Firmeza

Esse ponto é cantado no início da gira, pois tem como objetivo pedir permissão ao Orixá para a abertura dos trabalhos junto de seus mensageiros.

Ponto de Coroa 

Direcionado ao guia-chefe da casa, o ponto de coroa é o segundo a ser tocado e tem como função chamar o guia, então, nesse momento pode ocorrer do guia incorporar. No ponto é citado o nome ou a falange deste guia.

Ponto de Saudação

No momento em que se pretende exaltar as forças e qualidades de determinado guia é esse tipo de ponto que é cantado.

Ponto de Sustentação

Os pontos de sustentação abarcam a maioria dos pontos, pois nesse momento é preciso que se mantenha a energia da gira. Para isso, cantam-se pontos que falem sobre o guia, seu trabalho, força e falange, como ele desenvolve a ajuda com seus filhos, saudação e assim por diante. O objetivo é que a energia continue no mesmo fluxo, sustentando-se.

Ponto de Chamada

Esse ponto remete a incorporação dos guias. Para manter o direcionamento correto da gira, o indicado é que toque-se o ponto de chamada nos momentos em que abre-se para a incorporação, porém, nem sempre isso ocorre, não é difícil ver médiuns incorporando com pontos de sustentação por exemplo.

Ponto de Subida

A despedida dos guias. É o momento que a casa agradece pela vinda das entidades e os médiuns começam a desincorporar encerrando os trabalhos.

Texto: Júlia Pereira

Imagem: Pixabay

Júlia Pereira

Acredito no poder da sabedoria ancestral da contação de histórias, como forma de cura, acolhimento e força. • Jornalista • Estrategista e Copywriter • Pós-graduada em Marketing, Branding e Growth • Estudante da EAD Ubuntu.

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