O Umbanda EAD promoveu nesse domingo 13/12 no Instituto Cultural Aruanda (ICA) a formatura da primeira turma de Sacerdócio Umbandista de ensino semi-presencial da história da religião.
O evento contou com a presença de Pai Alexandre Cumino como paraninfo da solenidade, e de Pai Rodrigo Queiroz, tutor do curso que formou trinta e três alunos vindos de todas as partes do país. A cerimônia deixou registrado na história da Umbanda o início de uma nova forma de se aprender, vivenciar e conhecer a religião em todas as suas possibilidades.
O curso que iniciou em janeiro deste ano recebeu duras críticas ao longo de seu desenvolvimento. Algumas dessas posições, se opunham ao novo método de ensino das práticas religiosas que a plataforma de ensino sugeria. Dentre os argumentos levantavam-se questões como a de que é impossível formar um pai ou mãe de santo pela internet.
O que nunca tentou-se entender foi a real proposta que o Formação Religiosa Mediúnica e Sacerdotal tem como base. O ensino desenvolvido pelo Umbanda EAD visa de forma sistematizada, organizada e pedagógica ampliar o conhecimento e promover amparo intelectual, para os sacerdotes que estão iniciando seus ofícios.
Em nenhum momento buscou-se substituir a vivência dentro do terreiro, mas sim agregar saberes para os encargos de que é incumbido o dirigente da casa.
O ensino e estudo da vivência de sacerdotes umbandistas, tal como suas práticas e responsabilidades como religioso, já foi algo proposto por Sr. Zélio de Moraes nos primórdios da religião. Após isso, Pai Ronaldo Linares, junto com outros estudiosos como Pai Jamil Rachid desenvolveram essa percepção formando turmas de ensino-aprendizagem sobre o tema.
Seguindo essa linha Pai Rubens Saraceni que hoje é uma das maiores referências para o estudo da religião, populariza a prática e publica mais de 50 livros voltados para comunidade umbandista, que dão suporte a essas competências. Tarefa essa que agora pertence aos seus sucessores no desenvolver, aprimorar e disseminar o saber umbandista.
Em depoimento um dos formandos da I Turma de Sacerdócio Umbandista de ensino semi-presencial “Eu encontrei verdadeiramente alguém que acredita que o médium precisa de uma formação. E que não é só uma questão ritualística, mas há de se buscar ferramentas e conhecimentos para que nós possamos praticar cada vez mais a caridade e principalmente ajudar as nossas entidades nos grandes trabalhos da vida espiritual” pondera o sacerdote Sergio Ap. Ramos.
Já a dirigente espiritual do grupo voluntário umbandista Portal da Luz Divina, Mãe Marlene Faustino entende que mais pessoas precisam sair de suas casas e se unir a outras para assim evoluir e firmar a umbanda como uma religião sólida e realmente reconhecida. E afirma, “cada um de nós somos um elo, que esse elo possa formar uma grande corrente através do conhecimento.”
Texto: Júlia Pereira
Foto: Thaís Helena Queiroz