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Da Capoeira ao Samba-Rap: a origem afro do samba

Vira e mexe escutamos a sentença “Brasil não é só samba e futebol”. Claro que o país não é só isso, porém, é justo que também reconheçamos que nosso produto cultural é mais do que turismo, é também nossa herança. 

Dentre tantos estrangeirismos com que se vive atualmente é imprescindível que se olhe para as manifestações que contam a história do país. Hoje o Blog Umbanda EAD vai trazer um pouco da história do ritmo que transcende brasileiridade e que é mais uma das heranças deixadas pelos nossos ancestrais africanos.

Origem

Algumas referências remetem a origem do samba, ao ritmo lundu. Esse gênero era composto por atabaques, expressões corporais sensuais, inspirado em rodas de capoeiras, e na umbigada (conhecida na Angola como semba).

Nele também continha algumas influências portuguesas, mas em sua maioria era um ritmo africano. Chegou ao Brasil pelos povos bantus da Nigéria, e comumente era visto nas festividades dentro dos terreiros.

Mas, como o Brasil é marcado por sua miscigenação, na musicalidade não poderia ser diferente. O samba não surge apenas da umbigada ou lundu, mas sim da junção de diversas manifestações rítmicas que culminaram nesta longa história de resistência e legitimação.

Nascido na Bahia, embarcou junto dos escravos alforriados e também os que ainda permaneciam escravizados para a cidade maravilhosa. Naquele momento os barões transferiam seus cafezais para a região sudeste, afim de melhorias no cultivo e foi nessa época que o samba começou a ganhar destaque.

Com o crescimento veio também as resistências. A dança que aludia a cultura afro, sofreu preconceito, perseguição e foi proibida sob ameaça de detenção a quem fosse pego dançando ou escutando samba.

Desde a umbigada até o samba de hoje muitas influências, agregações e mudanças aconteceram. E dado isto o samba se dividi em períodos de gêneros musicais que cabem dentro de si.

Manifestações do Samba

samba de roda, uma das primeiras manifestações do samba tinha um ritmo mais lento, que com o passar do tempo foi se tornando mais cadenciado. Cantado durante a jornada de trabalho, o samba de roda tinha em suas estrofes destaque para as tradições de origem africana.

Passado o tempo e já inserido nos morros cariocas (agora urbanizado), o partido alto marca mais um momento do samba nacional. Conhecido por criar versos espontâneos em meio a canção, esse gênero geralmente tratava situações cotidianas, sempre com muito bom humor e improviso.

E para os foliões, o samba enredo nasce a fim de agitar os desfiles das escolas de samba. De início trazia nas canções referências a história do Brasil, já que parte de sua promoção veio pelo incentivo do governo federal. Com esse estímulo do governo e dos meios de comunicação, o samba consolida-se como símbolo nacional.

Depois do estouro das escolas de samba transita pelo samba canção, que se configura como um ritmo mais melancólico e conhecido como “samba de fossa“.

Com o intuito de curar a “ressaca de amor” que o samba canção trazia surge a bossa nova, que ressaltava as coisas bonitas e lado bom da vida.

Em todo o processo o samba reinventou-se e trilhou entre diversos instrumentos. Após passar por um período de pouca ascensão, se reencontrou no pagode. Hoje, segmentado em diversas manifestações e estilos o pagode é um dos gêneros musicais mais ouvidos no país.

Nessa nova geração do ritmo, é possível ouvir agora também o grito das comunidades e periferias que ecoam no samba rap. Este novo ritmo que ainda encontra espaço no cenário musical moderno mescla hip hop, samba, funk e pagode. Na nova roupagem os temas com alarde social é algo enfatizado nas rimas pelos compositores.


 

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Texto: Júlia Pereira

Imagem: Johann Moritz Rugendas [Public domain], via Wikimedia Commons

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Júlia Pereira

Acredito no poder da sabedoria ancestral da contação de histórias, como forma de cura, acolhimento e força. • Jornalista • Estrategista e Copywriter • Pós-graduada em Marketing, Branding e Growth • Estudante da EAD Ubuntu.

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