Desastre em Mariana-MG

Quem é a mineradora Samarco?

A Samarco é uma empresa brasileira de minério de ferro. Constitui seus lucros na prática de exportação de pelotas de ferro (minérios de ferro, utilizados para confecção de aço) retirados de solo brasileiro, tendo suas atividades concentradas entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Apesar de ser brasileira a Samarco tem metade de suas ações  comandadas pela BHP Billiton Brasil Ltda, empresa de mineração de ferro mundial, que tem seu início na junção de duas empresas, uma australiana e outra inglesa.

O que aconteceu em Mariana-MG?

As barragens de Santarém e Fundão, que continham água, areia e detritos de ferro, alumínio, manganês dentre outros elementos, se romperam causando uma enxurrada de lama que atingiu o distrito Bento Rodrigues. Mais de 600 pessoas estão desabrigadas, 22 desaparecidas e 7 corpos já foram reconhecidos, dentre eles o de duas crianças de 5 e 7 anos.

Qual a responsabilidade da empresa nisso?

Segundo a presidenta Dilma Rousseff a empresa deve ser multada pelo descumprimento de várias legislações. O prefeito da cidade defende que o dinheiro seja repassado aos moradores atingidos e não aos cofres da união. Ele também aponta que a empresa não pode parar de funcionar, pois isso prejudicará a economia da cidade.

Nesta segunda-feira (16/11) o Ministério Público de Minas Gerais firmou acordo com a empresa para o pagamento de 1 bilhão de reais, pelos danos ambientais sofridos. O acordo também prevê o pagamento de 500 milhões, referentes a primeira parcela dentro de 10 dias. O inquérito ainda não foi concluído, e a empresa ainda está suscetível a ser multada em valores maiores. A Samarco também permanece bloqueada de desenvolver atividades mineradoras.

Além da ajuda aos moradores de Mariana que neste momento tem suas torneiras secas, e a extensão do seu rio (promotor do sustento de diversas famílias através da prática da pesca) transformando em um deserto de lama, deve-se atentar aos prejuízos a longo prazo. Não só a forma devastadora como isso ocorreu e culminou na perda de diversos entes de famílias mineiras, mas também em como quem sobreviveu vai viver de agora em diante.

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Mapa Rio Doce/ Divulgação site Ministério de Minas e Energia

Sem sustento, sem seu chão, e sem perspectiva de que isso um dia volte ao normal. Alguns indígenas que viviam a beira do Rio Doce ou Rio Sagrado como eles se referiam, interditaram a ferrovia da empresa Vale em protesto a degradação que se sucedeu. Alegam que para eles não há distinção entre a natureza e homem, e que morrendo o rio, morrem todos.

Rompimento e suas derivações 

A tragédia ecológica não teve fim em Bento Rodrigues, a lama se espalhou e ainda se espalha junto com o fluxo do rio. Hoje a cidade de Baixo Guandu-ES suspendeu a captação de água do Rio Doce, pois a usina de Aimorés que faz divisa entre os estados de Minas e Espírito Santo, já apresentava níveis elevados de turbidez em suas águas. Baixo Guandu e Colatina são os municípios do ES que serão mais atingidos pela lama que escoa das barragens.

Várias ações já foram identificadas dentre elas a de pescadores das regiões afetadas que trabalham em prol do resgate de peixes das águas que ainda não foram contaminadas pela lama e seus detritos. A iniciativa batizada como Arca de Noé, reuni pessoas pelo WhatsApp para ajudar no trabalho que consiste em resgatar e transferir os peixes para águas sadias.

Vários pontos de arrecadação pelo Brasil também estão colaborando para ajudar a fornecer água e roupas aos prejudicados. Quem é de Bauru e região pode contar com o Instituto Cultural Aruanda, localizado na rua Albuquerque Lins, n. 6-24, Vila Falcão, como ponto de de arrecadação.

Foto: Imagens Google

 

Julia Pereira

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