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USO DAS ERVAS NAS TRADIÇÕES PRESENTES EM SOLO BRASILEIRO

O uso das ervas é conhecido desde os primeiros homens que povoaram a terra. Os saberes de povos tradicionais são as principais fontes de ensinamento sobre o manuseio e feitura de remédios, banhos, unguentos, chás e etc. A figura de destaque para o desempenho desse papel nas comunidades são os xamãs. A maioria deles é atribuído a tarefa de zelar pela saúde da tribo.

Origem

O datado mais antigo sobre o uso de ervas, é de um imperador chinês, Shen Wung. O documento discorre sobre o uso medicinal das plantas para tratamento de doenças e foi escrito em 3.700 a. C.

Quando falamos das propriedades de cura que as ervas carregam, não podemos deixar de citar também a existência do seu uso para promover malefícios. As plantas podem ser usadas tanto para o bem de uma pessoa, como para diminuir a qualidade de vida, resultando, em alguns casos, até em doenças.

Para isso basta que se aplique uma dosagem errada do remédio vindo das plantas ou que se faça o uso de determinadas espécies venenosas.

Dentro do uso das ervas, encontramos também a inserção delas na ritualística de determinados cultos, alguns, dispondo-se de suas propriedades alucinógenas (para saber mais sobre isso acesse o texto: 11 curiosidades sobre plantas de poder nos rituais de Xamanismo Tradicional). Confira abaixo alguns exemplos:

Candomblé

Nesta tradição as ervas carregam o Axé (energia), e quando combinadas de maneira próspera podem promover limpezas espirituais ao corpo da pessoa. Cada erva faz referência a um ou mais Orixás. Seu uso então compreende o campo de atuação desses orixás e a qual enfermidade ele trata. Sendo assim, a “escolha” da erva é associada ao campo de atuação da divindade e qual planta pertence ao seu domínio.

Por exemplo, Carqueja é atribuída ao trabalho com Oxóssi. Esse Orixá é o arquétipo do provedor da tribo, que traz o alimento, fartura e prosperidade, também é o caçador de axé e de energias positivas. A pessoa que almeja por essas qualidades dentro do seu campo espiritual (qualquer que seja o encaminhamento dado), é nas plantas que contemplam este Orixá que ela vai trabalhar, seja, tomando um banho de ervas ou bebendo chá e etc.

Umbanda

Além do banho, as ervas podem ser usadas na defumação de ambientes e pessoas. Para o erveiro Adriano Camargo, quando nós trabalhamos com a essência das ervas, seja ela aplicada nos banhos ou para defumação, entramos em contato com o universo vegetal. Muito mais que a matéria em si, nesta concepção as plantas também possuem um espírito vegetal. Esses espíritos dão ânimo e vida as plantas, e cada um deles possui seus gênios e divindades protetoras.

Quando trabalhamos com a força das plantas é necessário pedir  licença para a divindades e gênios que a regem, só assim o que foi pedido ganha a propriedade e a benção desses guardiões.

Percebendo isso, temos Oxóssi como guardião e Ossain como gênio detentor da sabedoria e da cura contido nas plantas.

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Santo Daime

Diferente do uso aplicado na Umbanda e no Candomblé, a manifestação religiosa vinda da região amazônica, nomeada como Santo Daime, utiliza-se das propriedades alucinógenas das ervas. Neste culto é feito a ingestão da Ayahuasca, composto de plantas que resultam em uma bebida psicodélica.

Associa-se o consumo desta mistura a imersão gradual da pessoa em seu “eu”. A partir disto a pessoa pode se conhecer melhor e identificar seus erros, redimindo-se e pedindo pelo perdão. Na ritualística os participantes utilizam maracás (instrumento indígena semelhante ao chocalho), atabaques, violas e flauta, para encenar melodias.

Seu iniciador Raimundo Irineu Serra atribuiu a feitura do chá a premissa de ‘Dai-me Amor, Dai-me Firmeza’, mesmo não sendo ele o criador da bebida, foi por suas mãos que essa prática tomou uma roupagem nova inserido-a nas doutrinas cristãs. Para Raimundo esta missão foi dada a ele por uma entidade feminina, associada a Virgem Maria, e a partir disto a nova prática religiosa se iniciou. O Daime então mescla elementos de tradições xamânicas e caboclas, o catolicismo e religiões afro-brasileiras.

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Características comuns de algumas ervas

Arruda – Ótimo protetor astral, desagrega larvas astrais e energias enfermiças. Quebra as formações energéticas negativas resultantes de acúmulos de pensamentos negativos e de atuações do baixo astral.

Alecrim– Desagrega energias enfermiças, limpa e purifica o ambiente, criando uma “esfera” de proteção; boa contra obsessão; afasta a tristeza.

Alfazema – Ajuda a equilibrar nossas energias, limpa e purifica o ambiente trazendo a paz e harmonia.

Anis-estrelado – Atua melhorando nosso humor; desperta a intuição; torna o ambiente agradável e desagrega energias negativas.

Absinto – Losna – Em banhos,ela desagrega fluidos negativos. Na defumação, afasta influência negativa.

Alho (casca) – Desagrega as energias negativas de ordem sexual, protege contra influências negativas e purifica o ambiente.

Artemísia – Quebra as correntes de pensamentos negativos e traz proteção.

Bambu – Contra influências negativas.

Botões de flor de laranjeira – Para o amor.

Camomila– Calmante, contra depressão e ansiedade.

Cana-de-açúcar (palha e bagaço) – Dá força e vigor para enfrentar as situações do dia a dia.


*Tabela extraída de artigo publicado pelo erveiro Adriano Camargo.

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Texto: Júlia Pereira

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obs: os links desse texto estão sujeitos a alteração em razão da disponibilidade do curso, site e/ou produto

Júlia Pereira

Acredito no poder da sabedoria ancestral da contação de histórias, como forma de cura, acolhimento e força. • Jornalista • Estrategista e Copywriter • Pós-graduada em Marketing, Branding e Growth • Estudante da EAD Ubuntu.

O uso das ervas é conhecido desde os primeiros homens que povoaram a terra. Os saberes de povos tradicionais são as principais fontes de ensinamento sobre o manuseio e feitura de remédios, banhos, unguentos, chás e etc. A figura de destaque para o desempenho desse papel nas comunidades são os xamãs. A maioria deles é atribuído a tarefa de zelar pela saúde da tribo.

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