“Eu vi chover, eu vi relampear,
mas mesmo assim o céu estava azul..
Samborê, Pemba, Folha de Jurema
Oxóssi reina de norte a sul.”
Ruy Maurity
Hoje rendemos nossas homenagens, agradecemos e batemos cabeça ao Senhor do Trono Vegetal na Umbanda, o Caçador de Conhecimento e a Força do Guerreiro… Okê Arô Oxóssi!!!
Dê seu brado Majestade
Dentre tantas denominações que são associadas ao Orixá uma das interpretações do termo Oxóssi é ‘O Caçador Noturno‘. Com seu culto de origem na cultura Nagô Iorubá, grupo etnico- linguístisco que ocupou a região da Nigéria ao qual hoje também corresponde ao Benim no continente Africano, Oxóssi é um dos Orixás mais populares no país. Seu culto tem forte expressão no Candomblé e na Umbanda, sendo que para o primeiro é considerado o Rei de Betu e na Umbanda é um dos tronos de Deus.
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Como um dos Tronos de Deus, esse Orixá emana a qualidade divina do conhecimento por meio de seu fator expansor. Assim, é a comum as pessoas que são influenciadas por ele a busca pela capacidade de expandir sua busca pelo conhecimento.
Isso acontece porque Oxóssi possui o magnetismo positivo e de natureza ativa que irradia constantemente ondas promotoras do raciocínio. Isso não quer dizer que Pai Oxóssi vá fazer de você mais inteligente, mas ele traz consigo o Axé que sustentará a sua busca pelo conhecimento, bem como o amparo nesse aspecto.
A ele reserva-se também o mistério doutrinador que é responsável por alimentar a busca pelo conhecimento de si próprio e de assuntos religiosos.
Oxóssi lança sua flecha certeira no alvo do saber ordenado e sem desvirtuamento. Por exemplo, quando alguém possui um determinado conhecimento e faz uso dele para beneficiar outros irmãos, esse Trono responde irradiando, capacidade de entender as coisas de uma forma racional e gozando do bom senso.
“Quanto mais sabemos racionalmente acerca das coisas Divinas da Fé, mais respeito vamos tendo pela Criação e mais Fé em Deus.”
Manual Doutrinário Ritualístico e Comportamental Umbandista, Rubens Saraceni, Ed.Madras
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Oxóssi e São Sebastião
Sincretismo, fusão de dois ou mais elementos culturais antagônicos num só elemento, continuando porém, perceptíveis alguns sinais de suas origens diversas (definição do dicionário on line Michaelis).
No Brasil um dos países mais sincréticos do mundo, essa fusão ocorre entre diversas correntes religiosas. No caso de Oxóssi pode-se citar a mistura de crenças quando ele é cultuado no dia de São Sebastião.
O santo católico que morreu como mártir e ficou conhecido pelo dia em que foi flechado pela guarda pretoriana quando se postou a favor de sua fé, era um cristão convicto e mostrava-se um soldado exemplar. Seu maior objetivo era converter as pessoas consideradas pagãs ao Cristianismo, missão que se dedicou a vida inteira.
O sincretismo foi um dispositivo cultural que garantiu durante um período, a existência dos cultos afro na Diáspora Africana.
“Queres lavar tua alma com água santa? Queres provar do sal de Deus? Jogas fora da tua alma todos os teus pecados? Não pecarás nunca mais? Queres ser filho de Deus? Jogas fora da tua alma o diabo?”
Frase dita aos povos africanos em situação de escravidão
O culto aos Orixás era absolutamente proibido e passa a conviver com os santos católicos encontrando nesse culto uma forma de resistência. Reza-se no altar católico rendendo homenagens ao Orixás africanos, olha para São Sebastião e encontra em sua iconografia semelhanças com Oxóssi. Devemos destacar aqui também que em alguns Ilês de Candomblé Oxóssi é sincretizado com São Jorge e Ogum com São Sebastião e dependendo da região isso também pode acontecer incluindo outros Orixás.
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Okê Caboclos
Para quem acaba de chegar na religião ou apenas busca saber sobre esse Orixá é normal a confusão com a linha de Caboclos. Pois bem, se você é essa pessoa começamos explicando que no fundamento umbandista crê-se na linhagem de espíritos que se intitula Caboclos e que fazem parte desse grau na evolução.
Desta forma temos espíritos que vem em terra sob o arquétipo do índio brasileiro. Dado as semelhanças entre essa forma de se manifestar com a representação do Orixá que é caçador da floresta (muitas vezes retratado como índio nativo) entendemos o por quê das confusões, porém, Oxóssi enquanto Orixá é uma divindade, um trono, uma qualidade, uma essência e um sentido de Deus em nossas vidas.
Sendo assim fica claro que para o umbandista Oxóssi não foi um ser que encarnou e nem encarnará, mas se manifesta como um fragmento de Olorum que corresponde a um mistério da criação: vegetal.
A Linha dos Caboclos de maneira simplificada são um padrão vibratório pelo qual diversas falanges (agrupamentos de espíritos) são atraídas e se manifestam nos terreiros para promover o auxílio aos encarnados e desencarnados.
Sabemos também que cada falange é regida por um ou mais Orixás e para essa afirmação Pai Alexandre Cumino destaca que várias podem ser as influências recebidas pelos Caboclos dos Orixás, mas que Oxóssi é o sustentador dessa linha e rege todos os espíritos que nela se atraem, emanando sobre todos eles a capacidade expansiva e de busca do conhecimento, bem como o mistério vegetal.
Há uma peculiaridade todos os Caboclos tem uma relação com Oxóssi porque o mistério Caboclo é um mistério que está fundamentado nesse Orixá Oxóssi
Pai Alexandre Cumino em Teologia de Umbanda – Jornada
Para saber sobre esse mistério que pertence a quarta linha de Umbanda indicamos o estudo Teologia de Umbanda – Jornada ministrado por Pai Alexandre Cumino ao qual foi material de consulta para a construção desse texto.
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Texto: Júlia Pereira
Imagem: Retirada da internet
Fonte de pesquisa
Estudo Teologia de Umbanda – Jornada
Livro Manual Doutrinário Ritualístico Comportamental Umbandista, Rubens Saraceni