Em algumas tradições e vertentes religiosas o 8 de Dezembro é o dia escolhido para se saudar a Mamãe Oxum. A data está sincretizada com o dia de Nossa Senhora da Conceição ou Imaculada Conceição
Isso ocorre não só com essa representação, mas com a de outras santas católicas como a Virgem Maria e Nossa Senhora da Aparecida, ambas, símbolos da concepção de Jesus Cristo.
Dada a associação das santas com o nascimento do filho de Deus, faz-se a ligação com Oxum que nas 7 Linhas de Umbanda simboliza o Trono do Amor Divino e por sua vez rege o fator agregador.
Dentro do magnetismo de Oxum, compreende-se também a irradiação da característica conceptiva e agregadora de tudo o que existe no universo.
Essa irradiação é uma “partezinha” de Deus que se expande em ondas coronais, ou seja, em forma de corações que estão ligados pelas pontas inferiores. Essas ondas irão emanar elementos, essências e sentimentos e depois reagrupar tudo isso de acordo com a afinidade que cada um carrega.
Portanto, o amor que une as pessoas, os seres e as relações do universo são unidos e encaminhados pelos fluxos de raios que vem de mamãe Oxum.
“Oxum, é o amor que une os seres e a concepção que gera vidas”
Pai Rubens Saraceni
Esse amor e sua capacidade agregadora, viabilizam a concepção dos seres e são o mistério de Oxum que explicam o sincretismo que acontece entre a Orixá e aquelas que são consideradas as mães de Cristo. Entretanto, na Umbanda nós também temos outra figura que simboliza a grande mãe e que rege a Linha da Geração emanando de si o fator gerador. Alguém se habilita a dizer de quem estamos nos referindo?
Odociabá, Minha Mãe! Isso mesmo, Iemanjá também faz sincretismo com as “mães de Jesus” e hoje algumas casas relacionam ela à Nossa Senhora da Conceição.
A característica irradiada de Olorum que promove o amparo a vida, a gestação, a maternidade dos seres dentre outros aspectos é regido por Iemanjá e dentro desse arquétipo materno – como citamos- cabe, não só a Orixá dona das águas salgadas, mas sim, todas as divindades que trazem consigo esse aspecto.
Confira a matéria da Folha de S. Paulo: Umbanda rejuvenesce mas, mantém a tradição de cultuar Iemanjá no fim de ano. Em entrevista Pai Alexandre Cumino.
E falando em águas, temos alguns contos populares que relacionam Oxum (dona das águas doces) e Iemanjá (das águas salgadas) com esse dia. Diz-se que Iemanjá e Oxum resolveram um dia se unir, atendendo as preces de seus filhos, e nesse momento emanaram de si bondade, amor, aroma e encanto, a fim de abençoa-los. Nesse dia todos foram curados e revigorados em plenitude, porque o amor tudo recobra.
Essas lendas também explicam que o encontro das duas ocorre sempre que o rio deságua nas imensidão do mar acalentando e irradiando ternura e felicidade aos seus.
Bom independente do dia, todos os dias são propícios para saudar nossas Mães!!
Ora iê iê Mamãe Oxum! Odociabá Minha Mãe Iemanjá!
Texto: Júlia Pereira
Fonte de pesquisa: Orixás Ancestrais – A hereditariedade Divina dos Seres. Rubens Saraceni.
Imagem: imagem retirada da internet (link para acesso aqui)